Governo estadual mantém silêncio sobre o Metrô

Desabamento de obra do Metrô, que completou dois meses, aponta irregularidades no contrato assinado entre as empreiteiras e o governo estadual.

Tragédia completa dois meses e governo estadual se omite

Passados dois meses do desabamento das obras da estação Pinheiros do Metrô, que matou sete pessoas, o governo estadual continua devendo satisfações à sociedade sobre a segurança da linha 4 e o tipo de contrato que impede a fiscalização das obras e privatiza a sua operação.

O governador José Serra (PSDB) não fala sobre o assunto e o ex-governador Alckmin, que determinou o tipo de contrato, também nada diz.

“O contrato tem irregularidades”, denuncia Manuel Xavier, secretário do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

Xavier diz que os dados técnicos mostram que não deu certo o método de construção, não deu certo o modelo de gestão e não deu certo o tipo de contrato.

Por força do contrato, o poder de fiscalização da obra é somente dos técnicos das empreiteiras.

Os técnicos do Metrô não têm poder de interromper procedimentos considerados inadequados ou perigosos nem analisar desde o projeto até os materiais utilizados.

Essa falta de fiscalização séria fez com que o ex-governador Alckmin visitasse um trecho que estava em construção sem que antes estivesse pronto o projeto de execução.

As empreiteiras nunca permitiram a presença de diretores do Metrô ou do pessoal da CIPA no canteiro de obras.

O Sindicato dos Metroviários entrou com duas ações questionando os termos do contrato e pedindo mudanças.

Na próxima semana, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado começa a analisar as condições do contrato da obra. Ela tem financiamento público e pode aumentar o risco à população e lesar a sociedade.