Governo lança plano para a construção de um milhão de moradias populares


Lula e a ministra Dilma durante o anúncio do programa habitacional

O governo federal lançou ontem o Minha Casa, Minha Vida, programa para a construção de 1 milhão de moradias populares, voltadas às famílias com renda de até 10 salários mínimos.
O pacote de moradia popular vai movimentar até R$ 60 bilhões na economia, o equivalente a um adicional de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Só em financiamentos do FGTS, BNDES e da União serão R$ 34 bilhões.

Emprego
Segundo ele, o programa é “ousado e de grande impacto”, constituindo-se em mais uma das ações anticrise do governo. Ele destacou que o objetivo é a geração de emprego e renda, de forma a sustentar alguma evolução na economia brasileira nestes tempos de crise global.
O programa tem capacidade de dar trabalho a 400 mil pessoas, disse João Crestana, presidente da Comissão Nacional da Indústria Imobiliária.
“Nós temos um déficit habitacional de 8 milhões de imóveis. Se a gente conseguir turbinar isso, nosso mercado imobiliário vai ficar fortíssimo”, afirma Crestana. O segmento é responsável por 7,1% do total de empregos no Brasil.

Famílias de menor renda terão mais casas
O Minha Casa, Minha Vida prevê a construção de 400 mil moradias para famílias com renda de até três salários mínimos.
As demais serão divididas em 200 mil unidades para famílias com renda entre três e quatro salários mínimos, 100 mil para entre quatro e cinco mínimos, outras 100 mil unidades para cinco e seis mínimos e 200 mil moradias para famílias com renda entre seis e dez salários mínimos. As regiões Sudeste e Nordeste abrigarão dois terços das moradias.
As mensalidades terão parcela mínima de R$ 50,00 e a máxima de 10% da renda (R$ 139,00).
O pagamento poderá ser feito em até dez anos, com correção anual pela TR (Taxa Referencial), a mesma usada na correção da poupança.
O plano prevê a instituição do Fundo Garantidor em Financiamentos do FGTS, que terá R$ 2 bilhões para garantir até 36 prestações em atraso de mutuário desempregado.
Outra novidade é a redução do seguro da prestação, cujo teto de contribuição deve cair de 35,9% do valor da prestação para 6,64%.