“Governo pratica política de autossabotagem”
Foto: Edu Guimarães
Em reunião do Conselho da Diretoria Executiva do Sindicato ontem, o diretor da Federação Única dos Petroleiros, a FUP, Alexandre Castilho, fez uma análise sobre a luta em defesa da Petrobras e o que está em risco com a política de preços atual.
“O governo Temer está fazendo com que a Petrobras, forçadamente, pratique preços semelhantes aos preços internacionais. A Petrobras poderia manter preços competitivos, o que impediria a entrada de importados”, explicou.
“O resultado é que 30% dos derivados de petróleo hoje são importados. Eram 14 empresas importadoras no Brasil e agora já são mais de 200”, afirmou.
“Em paralelo, a carga de produção nas refinarias caiu porque perdeu mercado e está em 80%. Isso é a política de autossabotagem. O próprio ex-presidente da Petrobras jogava o preço alto, facilitando a entrada de concorrentes, sucateando o sistema das refinarias e desvalorizando a capacidade de produção. Tudo para facilitar a entrega e a venda do sistema Petrobras”, alertou.
O diretor da FUP ressaltou ainda a intenção do governo em vender as refinarias do nordeste e sul do País. “Isso faria com que o mercado internacional controlasse 50% da distribuição dos derivados no mercado nacional. A luta para impedir a privatização e o sucateamento da Petrobras é agora”, disse.
A FUP organizou uma greve de advertência na semana passada em defesa da soberania nacional e do País. “Já a greve por tempo indeterminado foi aprovada antes da paralisação dos caminhoneiros. A Petrobras continuou trabalhando, então os estoques de combustível estavam até o talo”, contou.
Desemprego
“O grande ataque que sofremos é por conta de se apropriarem das nossas riquezas e impedir que o País se desenvolva, com a Lava Jato servindo para acabar com a indústria nacional e virarmos uma neocolônia. Um país que vende só matéria prima e importa tudo que é produto industrializado. A indústria desaparece e os empregos e salários também”, prosseguiu.
A redução de investimentos e operações na Petrobras atingiu diretamente os empregos de trabalhadores terceirizados. “Na época do governo Lula, tínhamos 80 mil trabalhadores próprios e 240 mil terceiros, a relação era 1 para 3. Hoje essa relação está 1 próprio para 1 terceiro”, explicou.
“As importações de componentes aumentaram, nem parafusos estão mais fazendo aqui. Isso impacta diretamente nas metalúrgicas, que estão virando representantes comerciais de fabricantes asiáticos”, concluiu.
Secretário-geral do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, participou da greve de advertência na Recap, em Mauá. Foto: Roberto Parizotti.
Da Redação.