Governo prepara ofensiva para elevar exportações brasileiras
Diante dos temores de desaquecimento econômico, o governo brasileiro decidiu partir para o ataque na tentativa de garantir o fluxo de comércio no mercado internacional
Os resultados negativos da balança comercial no início de 2009 impuseram ao governo uma realidade, que exige, segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral, agressividade nas negociações bilaterais com parceiros prioritários, na conquista de novos mercados e na manutenção daqueles onde o Brasil já tem participação.
Missões
O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, decidiu na quinta-feira da semana passada, com sua equipe, que irá liderar as missões comerciais para países prioritários. “O ministro vai se engajar em mais missões, além das que já estão programadas”, informou Barral.
Já estão agendadas para este ano missões comerciais para Rússia, Moçambique, Angola e África do Sul. Na semana passada, o ministério lançou uma agenda de eventos internacionais programados para 2009 para dar transparências às ações de comércio exterior e ajudar o setor privado a se organizar.
Nova estratégia
O secretário explicou que a estratégia do governo também será a de levar para as reuniões bilaterais todas as reclamações recebidas do setor privado. “Temos uma preocupação sistêmica com o protecionismo”, afirmou.
A preocupação do MDIC não é compartilhada pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que acredita que a onda protecionista não chegará ao setor agrícola. “O mundo vai continuar comendo. Soja – quem produz? Brasil, Argentina e Estados Unidos. Vão continuar comprando do Brasil”, afirmou.
A onda protecionista, segundo ele, pode atingir o Brasil no setor de suínos, porque a Rússia, principal importador do Brasil, pode passar a produzir mais carne de porco. “Isso é legítimo. O objetivo deles é gerar empregos”, justificou.
Barral afirmou que no campo interno, o governo brasileiro ainda está preocupado em garantir crédito para as empresas. “O crédito já voltou, mas o financiamento está caro. Há também o problema da seletividade dos bancos, o que tem dificultado crédito para as pequenas e médias empresas”. Além disso, o governo continua estudando medidas pontuais de desoneração tributária.
Da Agência Estado