Grécia faz a primeira greve geral do ano
A Grécia iniciou uma greve geral, convocada pelas duas principais centrais sindicais, GSEE e ADEDY, contra os cortes dos salários e pensões, e o aumento dos impostos decretado por “um governo autoritário”. Os transportes paralisaram, incluindo as ligações marítimas entre as ilhas e os aeroportos, a escolas permaneceram fechadas e os hospitais apenas atenderam emergências.
“A greve é a nossa resposta às políticas que levaram o país a um beco sem saída e esmagaram as vidas dos trabalhadores, empobrecendo a sociedade e afundando a economia na recessão e na crise”, declarou a central GSEE.
O governo de coligação tripartido (Nova Democracia, PASOK e Esquerda Democrática) está apostado a demonstrar que vai aplicar as medidas prometidas à troika, e usou medidas de exceção em duas ocasiões para combater greve especialmente prolongadas, como foram as dos trabalhadores do metro e dos transportes marítimos. Mas, na segunda-feira, o primeiro-ministro Antonis Samaras anunciou que o governo não vai despedir cerca de 1.900 funcionários públicos, medida que já fora apontada como inevitável para o cumprimento das promessas feitas à troika de cortes nas folhas de pagamento dos serviços públicos.
“O povo tem de tomar o destino nas mãos”
Alexis Tsipras, líder do Syriza, disse que a greve tem como objetivo “corrigir o erro do Memorando já e não depois das eleições alemãs, para beneficiar a sra Merkel”. Tsipras observou que o “estado de graça” do governo já terminou e que “aqueles que pensaram que o gabinete de Samaras ia conseguir voltar a pôr o país a crescer, enfrentam agora a dura realidade de mais destruição de emprego, empresas a fechar, mais cortes de salários e pensões”.
Tsipras insistiu que o povo grego não pode ficar à espera de ser salvo por ninguém, e já ganhou consciência de que tem que tomar o destino nas suas mãos para sair do impasse. “Hoje foi criada a grande aliança social, desempregados, trabalhadores do público e do privado, camponeses, precários: juntos, serão capazes de levar o país à recuperação económica”, disse. E completou: “A solução para este desastre não pode ser o memorando, mas apenas a democracia, a independência e o desenvolvimento equitativo”.
Do Esquerda. Net