Grécia vive jornada de protesto contra demissões no setor público
A Confederação de Empregados Públicos (Adedy) da Grécia convocou para esta quinta-feira (14) uma greve de três horas para protestar contra o denominado plano de mobilidade, que eliminará 25 mil postos de trabalho na administração até antes do fim do ano.
O governo completou cerca da metade do programa, tal e como exigem os credores estrangeiros, mas encontrou uma férrea resistência entre os trabalhadores das universidades estatais, especialmente no caso das duas existentes na capital, que estão há 10 semanas em greve contra a medida.
Por tal motivo, a convocação desta quinta quis mostrar seu apoio ao pessoal não docente das universidades de Atenas e Técnica Nacional de Atenas e chamou os manifestantes a defender ambas instituições de atuações policiais, uma vez que a justiça sentenciou que a greve de seus funcionários era ilegal.
Os trabalhadores da antiga Rádio Televisão da Grécia (ERT) também decidiram unir-se ao protesto e, inclusive, propuseram a possibilidade de realizar uma programação especial de dentro das universidades no dia em que se comemoram os 40 anos do início da revolta no Instituto Politécnico contra a ditadura dos coronéis.
As autoridades ameaçaram enviar força policial para desocupar as instituições se este programa realmente acontecer, e este anúncio, para muitos, trouxe a lembrança de que a manifestação estudantil iniciada em 14 de novembro de 1973 e a criação de uma emissora de rádio contra a ditadura provocaram uma matança, três dias depois, quando os tanques entraram na universidade.
Em razão desta data, o show de homenagem que acontece nesta quinta à noite converteu-se em uma fonte de preocupação para o Ministério da Ordem Pública, que dispôs mais de nove mil policiais para evitar ações indesejadas durante uma celebração que deve ser festiva e reivindicativa, mas não violenta.
Da Prensa Latina