Greve de 45 mil trabalhadores paralisa maior produtora mundial de cobre
A empresa estatal chilena Codelco, maior produtora mundial de cobre, paralisou nesta segunda-feira suas atividades durante uma greve geral, a primeira desde 1993, da qual participam 45 mil trabalhadores, de acordo com informações dos sindicatos.
Segundo a Federação de Trabalhadores do Cobre (FTC), responsável pela paralisação de 24 horas, a adesão é de 100% -15 mil trabalhadores e 30 mil terceirizados -, enquanto a Codelco não divulgou números, mas confirmou que nenhuma de suas divisões está produzindo.
Os trabalhadores protestam contra um plano de modernização que consideram o início de um processo de privatização, mas a empresa nega a intenção de vender ativos e defende que os investimentos buscam melhorar a produção.
A Codelco afirmou que “não existem fatos reais que justifiquem” a greve e ressaltou que “sempre manteve as portas abertas para dialogar com os sindicatos”.
O ministro da Mineração, Laurence Golborne, também considerou a paralisação ilegal e destacou que o Governo do presidente Sebastián Piñera não tem intenção de privatizar a empresa.
A Codelco declarou que os trabalhadores bloquearam o acesso a várias jazidas, mas especificou que até o momento não foram registrados atos de violência ou destruição de equipamentos. Além disso, foram implementadas medidas para manter turnos de emergência, estipulados com os sindicatos, para retomar a produção a partir de terça-feira.
A greve acontece no dia em que se completam 40 anos da aprovação, durante o Governo de Salvador Allende, da lei que nacionalizou o cobre e deu origem a Codelco. A empresa informou que a paralisação impedirá a produção de 4,9 mil toneladas de cobre fino e representará um prejuízo de US$ 41 milhões.
Em 2010, a companhia produziu 1,7 milhões de toneladas de cobre, 11% da produção mundial, e entregou ao Estado chileno lucros de US$ 5,7 bilhões. A companhia prevê investir US$17,5 bilhões até 2015 e chegar em 2020 produzindo 2,1 milhões de toneladas de cobre fino.
O Governo de Piñera também teve que enfrentar nos últimos dois meses maciças manifestações de estudantes que exigem mais recursos para a educação, e de cidadãos contrariados com um projeto hidrelétrico na Patagônia.
Da EFE