Greve dos bancários arranca proposta com aumento real e PLR maior
Termos têm ainda adicional independente do lucro. Bancários se reúnem na quinta-feira para definir se aceitam termos colocados pela federação dos bancos
A greve dos trabalhadores já é vitoriosa! Pelo sexto ano consecutivo os banqueiros foram obrigados a ceder e no 14º dia de greve, na quarta-feira (7), retomaram as negociações e apresentaram proposta que contém aumento real de salários, PLR maior e adicional independente do crescimento do lucro.
A decisão de aceitar ou não a proposta conquistada é dos bancários em assembleias a serem realizadas às 17h30 de quinta-feira 8.
O reajuste proposto é de 6%, que significa aumento de 1,5% acima da inflação. A PLR cresceu, com um importante avanço: o adicional passa a ser 2% do lucro líquido do banco, independentemente do crescimento desse lucro. Ou seja, caso os bancários aceitem a proposta, estará na Convenção Coletiva de Trabalho: todo ano tem adicional à PLR. Outra importante vitória dos bancários é o teto do pagamento da PLR. A Fenaban queria derrubar para 4%, mas a luta garantiu o teto de 15% na distribuição do lucro.
“Garantimos um novo formato para proteger o ganho dos trabalhadores todo ano. A PLR como parcela do lucro líquido dos bancos, e não como parte da variação, é uma proposta da categoria desde 2005 que foi conquistada no BB e agora avança para os outros bancos”, destaca o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, que faz parte do Comando Nacional e negocia com a Fenaban.
Cresceu – No dia 17 de setembro, quando apresentaram a primeira proposta rebaixada de reajuste de 4,5%, que mal repunha a inflação, os banqueiros disseram “esse ano está muito difícil, não é um bom momento para dar aumento real”.
Para o presidente do Sindicato, essa é mais uma mostra da vitória dos trabalhadores. “Já são 15 dias de uma dura greve. E só quem participa das paralisações sabe das dificuldades impostas dia-a-dia pelos bancos, para tentar atrapalhar”, diz Marcolino. “Mas os trabalhadores foram mais fortes, agüentaram firmes e agora podem se orgulhar de ter arrancado, em outro ano de muita luta, aumento real para salários e PLR maior.”
Agora os bancários devem decidir, nas assembléias desta quinta-feira, se querem aceitar a proposta dos bancos ou continuar em greve. “Temos de levar em conta uma série de fatores e saber que os bancos indicam essa como a proposta final, sem mais espaço para negociações. Para o Sindicato, os bancários podem comemorar que a garra e a disposição de luta da categoria foram novamente capazes de fazer os banqueiros mudar a proposta e atender parte importante das nossas reivindicações. Os bancos queriam economizar com os trabalhadores, mas desistiram. Estamos todos de parabéns!”
Públicos – A greve garantiu também avanços nos bancos públicos, como mais contratações para reduzir a pressão sobre os bancários e programas contra o assédio moral. Ainda nesta noite, voltam as negociações específicas com a direção do Banco do Brasil. As da Caixa voltam na quinta 8.
Dias parados – Os dias parados durante a greve serão compensados até o dia 15 de dezembro de 2009 e não poderão ser descontados em hipótese alguma. A compensação será limitada a 2 horas por dia e não pode recair nos finais de semana ou feriados, nem incidir sobre horas extras feitas antes da assinatura do acordo.
Do Sindicato dos Bancários de SP