Greve dos trabalhadores na Fris completa 90 dias
Grevistas continuam acampados em frente à fábrica pela defesa de seus direitos.
90 dias de resistência e luta
Os trabalhadores na Fris
Moldu Car, que há 90 dias
iniciaram greve por salários e
outros direitos, marcam a
data participando da manifestação
em frente à Fiesp
contra a emenda 3. A luta
desses companheiros é a mais
longa greve já registrada na
categoria.
“Nós, que trabalhávamos
com carteira assinada,
acreditávamos que nossos direitos
seriam respeitados, imagine
a vida do trabalhador
com a emenda 3. Ninguém
pode concordar com essa
emenda, que decreta o fim
dos direitos trabalhistas “, disse
Edison Ferreira da Costa,
coordenador da Comissão de
Fábrica.
Ele garantiu que pelo
menos 120 companheiros na
Fris estarão hoje na Av. Pau-lista
engrossando o movimento
de pressão para o Congresso
manter o veto do presidente
Lula à emenda 3.
“O trabalhador tem de
defender seus direitos e conquistas,
senão o patrão passa
por cima de todos”, comentou
Edison.
Ele cita o caso do pessoal
na Fris, que entrou em greve
no dia 21 de fevereiro, depois
de mais um acordo não
cumprido pelo dono da empresa.
Naquele momento os
salários estavam atrasados três
meses.
Os trabalhadores denunciam
o patrão, que acumulou
grande fortuna, comprou
helicóptero, iate e carros
blindados e quebrou a
empresa sem pagar direitos
trabalhistas e sociais.
“Assim como a Fiesp
banca a emenda 3 para aumentar
os lucros em cima de
nossos direitos, o patrão da
Fris Moldu Car acumulou
milhões de reais dando calote
na gente”, protestou Edison.
O patrão sumiu e para
impedir a retirada das máquinas
os trabalhadores organizaram
acampamento permanente
diante da portaria da
fábrica.
O movimento grevista é
mantido graças à solidariedade
da categoria, que tem realizado
campanhas para arrecadar
mantimentos e dinheiro.
“A manifestação de hoje
na capital vai renovar a disposição
de continuarmos a
nossa luta”, concluiu Edison.