Greve geral contra crise econômica


Passeata na capital francesa reuniu mais de 350 mil pessoas

As oito centrais sindicais francesas se uniram ontem para realizar a segunda greve geral no país em menos de dois meses.
Entre dois e três milhões de trabalhadores saíram às ruas do país para reivindicar mais empenho do governo e dos patrões na proteção de empregos e salários, além de iniciativas para melhorar o poder aquisitivo da população, abalado pela crise econômica mundial.
Em Paris, uma passea-ta reuniu mais de 350 mil pessoas. Pesquisas mostram que 75% dos eleitores franceses apoiam o movimento.
No setor público aderiram ao protesto, entre outros, transportes, aeroportos, escolas, correios, empresas de setores de energia e telecomunicações, rádios e TVs estatais.
Trabalhadores do setor privado também participaram, fato atípico em greves na França. Pararam montadoras como a Peugeot e a Renault, supermercados, bancos e grandes multinacionais que anunciaram demissões recentemente.

Crise social
Mais de 90 mil pessoas ficaram desempregadas em janeiro, número sem precedentes no país em apenas um mês.
Desde então, grandes empresas anunciaram centenas e, em alguns casos, milhares de demissões. Procurado pelos sindicatos, o governo recusou qualquer pacote de combate à crise, alegando que isso aumentaria a dívida pública.
Sua atitude é oposta a das praticadas pelos presidentes Lula e Barack Obama (EUA), por exemplo, que defendem os investimentos públicos como principal arma no combate à crise econômica.