Greve geral paralisa França

Falta de planos satisfatórios no que diz respeito a empregos, salários, poder de compra, condições de trabalho, além do aumento de desemprego mobilizam sindicatos do país

Na onda da vitória dos partidos de esquerda nas eleições gerais do último domingo, os trabalhadores franceses entraram em greve ontem. Os sindicatos esperam que suas ações coloquem um freio nas reformas planejadas pelo presidente Nicolas Sarkozy, dois dias depois de seu partido ser derrotado nas urnas.

Cerca de 80 passeatas serão realizadas em todo o país para defender o aumento do poder aquisitivo e, sobretudo, protestar contra a reforma da previdência, que começa a ser discutida em abril.

Os sindicatos dizem que o governo conservador de Sarkozy não ofereceu planos satisfatórios no que diz respeito a empregos, salários, poder de compra e condições de trabalho.

Isso tudo foi agravado pelo aumento do desemprego no país, o que fez crescer o descontentamento com o presidente francês. Ele passou a ser criticado dentro do seu eleitorado tradicional de direita e no seu próprio partido.

Terceiro turno
Os protestos atingiram principalmente os transportes, escolas e correios e  tiveram a participação de trabalhadores do setor privado.

Cerca de 30% dos professores da escola primária não compareceram às aulas em todo o país. Segundo a direção da estatal ferroviária, 28% dos funcionários pararam.

Os jornais franceses questionam se a mobilização desta terça-feira poderia representar um “terceiro turno”, desta vez social, para o presidente Sarkozy, após os dois turnos das eleições regionais.