Greve geral quer mudar economia da Itália

 

Raquel Camargo / SMABC

No próximo dia 6 de setembro, os trabalhadores italianos vão realizar sua sexta greve geral nacional em pouco mais de um ano, para pressionar o governo a mudar completamente a atual política econômica do País.

“Queremos um novo modelo, que seja igual ao desenvolvido atualmente no Brasil, onde os mercados não são os únicos a determinar o que deve ser feito, empregos são criados e o salário cresce”, afirmou nesta terça-feira (23) Nino Baseotto (foto).

Ele é secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Italianos (CGIL, na sigla em italiano) da Lombardia, a região mais rica e industrializada do país, e participa de um grupo de sindicalistas da antiga central sindical comunista que nesta terça visitou o Sindicato. 

Baseotto deu a seguinte entrevista para a Tribuna:

Qual o principal problema enfrentado pelos trabalhadores italianos, hoje?
Nossa maior dificuldade é o governo, que não tem ideia ou intenção de fazer uma política industrial nos moldes da que está acontecendo no Brasil. O resultado é a crise que atravessamos e está sendo paga pelos trabalhadores e pelas empresas.

O impacto foi muito forte?
Ela afetou de maneira muito profunda todos os setores produtivos da Itália. Muitas empresas fecharam. Em nossa região, a mais industrializada e a mais forte economicamente do país, foram fechados 200 mil postos de trabalho, os salários reduzidos e a previdência afetada. O salário desemprego, por exemplo, caiu de R$ 2.700,00 para a metade.

Como superar essa situação?
Isso é muito claro. Realizar no próximo dia 6 nossa sexta greve geral nacional em menos de um ano, para mudar completamente a política econômica italiana e aproximá-la da que o Brasil está fazendo. Para isso acontecer, é necessário principalmente mudar tirar do governo o atual primeiro-ministro, Sílvio Berlusconi.

Da Redação