Greve na Ford entra no 9º dia com parada na pintura e administrativo
Trabalhadores na Ford aguardam início de assembleia
A greve dos trabalhadores na Ford completa hoje nove dias de mobilizações contra as 203 demissões anunciadas pela empresa. Ontem foi realizada nova reunião da representação com a montadora.
“Tivemos alguns avanços na negociação com a fábrica. Todos os trabalhadores devem estar mobilizados porque a luta e os encaminhamentos serão diferentes a cada dia”, afirmou o coordenador do CSE, Cláudio Teixeira, o Zuza.
Em assembleia na manhã de ontem, foi definido que apenas os companheiros na pintura e no administrativo não entrariam para trabalhar. “Na quarta, foi o pessoal na logística e os mensalistas que não entraram e, na segunda, a ferramentaria e a manutenção. A fábrica dispensou todos ao ver que não tinha condições de rodar”, explicou Zuza.
A estratégia lembra a Greve dos Golas Vermelhas, que foi marcada por paralisações em pontos vitais na empresa.
A bancada de vereadores do PT de São Bernardo prestou solidariedade aos trabalhadores em greve e aprovou requerimento de apoio à luta na sessão da Câmara Municipal.
“Vamos todos firmes na luta para reverter as demissões”, concluiu Zuza. Os informes e encaminhamentos da greve serão feitos em assembleia hoje de manhã na porta da fábrica.
QUEM ESTÁ NA LUTA!
“Falta pouco para me aposentar e é a primeira vez que vejo a Ford quebrar um acordo. Acredito muito que vamos reverter as demissões”. Márcio Lopes, o Gulão, há 21 anos em Caminhões
“Tenho restrição médica e não respeitaram nem os direitos que temos. Foi uma decisão arbitrária e uma grande surpresa essa quebra de acordo. Não era para ter demissões neste momento”. Jaime Salvador de Paiva, há 25 anos na Montagem
“É uma vida de trabalho nesta fábrica e agora a empresa faz isso de maneira irresponsável. Vou seguir as decisões e vamos em frente até conseguir o cancelamento das demissões”. Fernando Braga, há 24 anos em Chassis
“Sofri acidente aqui dentro da fábrica, fiz a cirurgia na coluna e fiquei 45 dias internado. Voltei a trabalhar na terça passada e no dia seguinte me mandaram embora. O jeito que a empresa tratou os trabalhadores é inaceitável”. João Francisco Ferreira, há 27 anos em Caminhões
Da Redação