Greve na Vale do Canadá pode acabar nos próximos dias

Paralisação já dura 11 meses e virou ícone para o movimento sindical em todo o mundo

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No dia 13 de julho o movimento completará 1 ano

Depois de quase um ano, a paralisação dos trabalhadores na Vale do Canadá pode estar chegando ao fim.

A greve se tornou ícone para o movimento sindical em todo o mundo que vê no protesto o futuro de negociações com empresas multinacionais em meio à crise econômica.

Segundo a agência de notícias The Canadian Press, a empresa teria chegado a um acordo sobre um novo contrato de cinco anos com os sindicatos que representam os trabalhadores nas áreas de produção e manutenção em Sudbury e Port Colborne, em Ontário.

Wayne Rae, presidente do sindicato, disse que as duas partes chegaram a acordos prévios sobre todas as questões e resta agora só uma votação de ratificação pelos membros do sindicato, o que acontecerá quarta e quinta-feira próximas.

Cerca de 3 mil trabalhadores cruzaram os braço em julho do ano passado em Sudbury, em defesa de aposentadorias, bônus e alterações contratuais. Outra paralisação na mina de níquel na baía de Voisey, no leste do Canadá, teve início em agosto passado.

Para manter a greve por todo o tempo, os trabalhadores receberam  auxílio financeiro, comida e ajuda individual para pagamento de aluguel e eletricidade.

A maior parte desta ajuda veio de um fundo internacional de greve mantido pelo sindicato internacional USW, com sede nos EUA, mas também houve doações de sindicatos de diversos outros países.

Em quase um ano a greve fez cair em 49% as operações de níquel da empresa. O objetivo do protesto era forçar a Vale a retornar à mesa de negociação para um novo acordo coletivo.
Os grevistas chegaram a ser acusados de promover campanha de desinformação, racismo, intolerância e xenofobia pelo presidente da Vale Inco no Canadá Tito Martin.

Em resposta eles afirmaram que era o comportamento da Vale nesta greve que prejudicava a imagem no Brasil do exterior.

Na ocasião, as acusações de Tito foram repudiadas em carta aberta pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).