Greve paralisa setor educacional na Inglaterra e gera atrito entre governo e sindicato
Mais de 10 mil escolas foram afetadas pelas greves na Inglaterra, com aulas suspensas ou instituições canceladas. O governo afirmou, no entanto, que apenas metade dos servidores do sindicato que representa o setor de serviço, a central sindical dos Sevidores Públicos e de Serviços Comerciais (PCS, na sigla em inglês), participarão do movimento programado para esta quinta-feira 30, em contradição ao discurso das centrais, que esperam que a maior parte dos serviços públicos pare.
Os manifestantes protestam contra a reforma nas pensões. Diversos sindicatos afirmam que a proposta do governo obrigará funcionários a se aposentar mais tarde, contribuir com quantias maiores para a previdência e, ainda assim, receber uma aposentadoria menor. O primeiro-ministro tenta minimizar repercussão da greve. Segundo ele, o tráfico aéreo não deve ser afetado, apesar de anúncio que serviço de imigração também será paralisado. Mesmo assim, confirmou que das instituições das quais se teve informação, 26% das foram fechadas, 22% foram abertas parcialmente e apenas 23% não foram afetadas. Isso significa que mais de dois milhões de alunos não terão aulas, obrigando muitos adultos a ficarem em casa para cuidar de seus filhos.
Além do setor educacional, o sindicato prevê que todo o setor de serviços pare. Piquetes foram feitos em Assembléias, órgãos públicos, escolas e centros comerciais. A BBC afirma que 750 mil funcionários do serviço público britânico devem aderir.
Membros do governo fizeram campanha contra a movimentação. David Cameron disse que as reformas na aposentadoria são justas com os contribuintes e com o setor público, mas Mark Serwotka, dirigente do PCS, afirmou que não é o caso de diminuir os benefícios dos servidores e que, de acordo com projeções, os gastos públicos devem diminuir naturalmente nos próximos anos. O vice-primeiro-ministro Nick Clegg se disse envergonhado pelo fato das centrais terem convocado greves em meio à negociações. Serwotka acusa o governo de tentar confundir as informações sobre os rumos dos acontecimentos durante o processo e que a real intenção é manter os cortes.
O ministro da Economia britânico, Francis Maude também criticou o fato das manifestações ocorrerem em meio à negociações. Para ele, a reforma é necessária porque as pessoas estão vivendo mais. Não é possível, segundo ele, que cada vez menos trabalhadores sustentem cada vez mais aposentados. O diretor-geral da Câmara Britânica de Comércio, David Frost, defendeu a reforma e afirmou que ela pode impulsionar o setor comercial da Grã-Bretanha.
Da Carta Capital