Greve pressiona patrões e 41 empresas dão aumento real
Só nesta segunda-feira (21), 4° dia da greve, mais 10 fábricas procuraram o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e se comprometeram em atender a reivindicação salarial da categoria. O Sindicato não fecha acordo por empresa, somente coletivo. Por isso, nas fábricas que atenderam a pauta, os metalúrgicos vão aguardar o desfecho e o acordo coletivo trabalhando. Nas demais, a greve continua
Mais 10 empresas procuraram o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, nesta segunda-feira (21), e se comprometeram em atender a reivindicação salarial da categoria. Desde que a greve começou, há quatro dias, 41 fábricas (18 em São Bernardo, 20 em Diadema, 1 em Rio Grande da Serra e 2 em Ribeirão Pires) assumiram o mesmo compromisso e os trabalhadores retornaram à produção.
Nessas 41 empresas, já estão garantidos 6,53% de aumento, dos quais 2% real, mais abono igual a um terço do salário médio do grupo (o que representa mais 2,07% de aumento real).
Os índices são os mesmos conquistados pelo Sindicato na mesa de negociação com o Sinfavea para os trabalhadores das montadoras. Sindipeças (sindicato das autopeças) e representantes patronais dos demais grupos tiveram suas propostas rejeitadas na mesa de negociação. No último dia 17, assembleia com mais de 4 mil trabalhadores decretou greve por tempo indeterminado.
O Sindicato dos Metalúrgicos não fecha acordo por empresa, somente coletivo. Nas fábricas que atenderam a pauta da categoria à revelia dos sindicatos patronais, os trabalhadores vão aguardar o desfecho e o acordo coletivo trabalhando. Nas demais (Mark Grundfos, em São Bernardo, e Detroit, em Diadema, por exemplo), a greve continua.
Além dos trabalhadores nas montadoras e em autopeças, que pertencem ao Grupo 3 (mais os de parafusos e forjarias), estão sem proposta de aumento salarial o Grupo 2 (máquinas e eletroeletrônicos), Fundição e Grupo 8 (laminação e trefilação, refrigeração, condutores elétricos, material ferroviário e rodoviário, artefatos de metais, balanças, esquadrias e de construções metálicas). A data-base do Grupo 10 (lâmpadas e aparelhos elétricos e de iluminação, equipamentos médicos, odontológicos e hospitalares, móveis metálicos, mecânica, tratamento de superfície, estamparia, material bélico, rolhas metálicas e reparação de veículos) é 1° de novembro.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tem 96 mil trabalhadores na base sua base, assim distribuídos: montadoras (32 mil), autopeças (26 mil). G2 e G8 (30 mil), G10 (7,5 mil) e fundição (1,2 mil).
ASSEMBLEIA A TARDE –
Os metalúrgicos na Mahle decidiram na tarde desta segunda-feira (21) retornar ao trabalho. Isto porque a empresa se comprometeu em negociar a proposta do Sindicato de reposição da inflação, aumento real e abono salarial. Eles estavam parados desde a noite de quinta-feira e a volta ocorreu logo depois de assembleia que reuniu os companheiros nos turnos da manhã e da tarde.
Continuam em greve os metalúrgicos na Mark Grundfos, em São Bernardo, e na Detroit, em Diadema. O movimento segue a orientação do Sindicato de paralisação nas fábricas que se recusam a se comprometer com a proposta de reposição da inflação, aumento real e abono salarial.
Da Redação