Grito da Terra: Pequenos produtores rurais pedem mais atenção
Manifestação ontem na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, abriu o 12º Grito da Terra, reivindicando a garantia de preços mínimos para os produtos da agricultura familiar, a renegociação de dívidas rurais e a liberação de R$ 11 bilhões para o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar.
O movimento é uma iniciativa da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que também pede maior empenho do governo federal no combate à violência no campo. “Além de exigirmos toda a aplicação do Orçamento em 2006, que prevê a liberaçao de R$ 9 bilhões, estamos pedindo uma suplementação de recursos de R$ 1,5 bilhão, para que possa cumprir o Segundo Plano Nacional de Reforma Agrária”, disse o diretor de Política Agrária e Meio Ambiente da Contag, Paulo de Tarso.
A Contag representa cerca de 23 milhões de trabalhadores rurais.
Paulo de Tarso acredita que o Grito da Terra reúna quatro mil trabalhadores nos próximos três dias. Ele destacou que a idéia é avançar no processo de negociação com o governo federal nas questões ambiental e nas políticas agrária, agrícola e social, em especial na Previdência Social.
“As negociações estão boas, mas existem alguns gargalos que pretendemos que estejam resolvidos até quinta-feira”, afirmou.
Os trabalhadores vão aproveitar a ida a Brasília para visitar os gabinetes de parlamentares, buscando apoio para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição que trata da expropriação de terras onde existiu trabalho escravo.
Eles também querem que os deputados agilizem a apreciação do projeto de lei que garante acesso à Previdência Social para trabalhadores rurais do Brasil.