Grupo 9: Estratégia da luta mudará se não houver acordo

Ontem ficaram paradas a Mangels, em São Bernardo, e a Flextronics, em Sorocaba. Semana que vem a estratégia da greve pode mudar com paralisações por tempo indeterminado.

Nesta semana de intensificação da campanha salarial nas empresas do Grupo 9, os trabalhadores de mais duas empresas cruzaram os braços durante o dia de ontem exigindo acordo coletivo com o grupo patronal.

Em São Bernardo, os 500 companheiros na Mangels, fábrica de laminados, participaram de assembléia logo na entrada, às 6h da manhã, e depois decidiram retornar para casa. Durante todo o dia a produção ficou prejudicada.

Em Sorocaba, mais de mil trabalhadores na Flextronics, fabricante de eletroeletrônicos, também cruzaram os braços o dia inteiro, apesar do forte esquema policial requisitado pela empresa.

Durante a manifestação aqui no ABC, o diretor do Sindicato José Paulo Nogueira repetiu que não adianta as empresas concederem reposição da inflação e aumento real, tentando um acordo individual.

“Queremos acordo coletivo, já que além de salários maiores também queremos garantir a data-base em setembro e manter as cláusulas sociais da nossa convenção”, comentou.

Entre as cláusulas está a que garante estabilidade aos acidentados e portadores de doenças ocupacionais.

Outras

Os metalúrgicos também querem o controle de horas extras e reajuste maior nos pisos salariais.

Zé Paulo lembrou que a iniciativa das empresas em concordar com aumento real de 3% desmonta o discurso do Grupo 9, que insiste em aumento menor.

“O setor de máquinas e eletrônicos também está se beneficiando do crescimento econômico e não tem porque negar nossa reivindicação”, disse.

Ao finalizar, Zé Paulo afirmou que se o acordo não for assinado nesta semana, o movimento terá nova estratégia e tende a se radicalizar.

“As paradas da produção na próxima semana serão por tempo indeterminado”, concluiu.