Grupo 9: Thyssen parada por acordo coletivo
Trabalhadores de cinco empresas do Grupo 9, entre eles os companheiros na ThyssenKrupp em Diadema, pararam ontem para exigir acordo para todos no Grupo, rejeitando mais uma vez as negociações individuais.
Protestos exigem acordo coletivo
Novas manifestações de protesto e paradas da produção aconteceram ontem no ABC, em Sorocaba e Itu, com os metalúrgicos pressionando o Grupo 9 por acordo coletivo com aumento real de salário.
Em Diadema, os companheiros na ThyssenKrupp nem ligaram as máquinas. Reunidos em assembléia logo no horário de entrada, decidiram voltar para casa.
“Parar a produção é a forma mais eficiente para que a empresa pressione o grupo patronal para assinar o acordo que reivindicamos”, disse Davi Carvalho, diretor do Sindicato.
Em Sorocaba e Itu aconteceram paradas de protesto em quatro fábricas.
Os 250 companheiros na Telcom e os 350 na Enertec, em Sorocaba, participaram de assembléia pela manhã. Da mesma forma que o pessoal daqui, também eles decidiram voltar para suas casas e não ligaram as máquinas, interrompendo a produção durante todo o dia.
Na Faço 2, também em Sorocaba, houve manifestação durante três horas, enquanto na Lufer, em Itu, o ato durou uma hora e meia.
Manifestações vão continuar
Várias empresas do Grupo 9 querem assinar acordo individual. Algumas já anunciaram a aplicação de 3% de aumento real e mais 4,66% de reposição em agosto, mas o Sindicato tem rejeitado esse tipo de proposta por vários motivos.
O primeiro motivo é que a categoria exige acordo coletivo beneficiando todo mundo. Outro motivo é que, além de salário, os metalúrgicos reivindicam a mudança na data-base para setembro e novas garantias socias.
“Cai por terra a argumentação do Grupo 9 porque as empresas mostram que podem aplicar os 3% de aumento real”, analisou Davi. “Por isto, os protestos e paradas de produção vão continuar”, finalizou.
Confira seu salário
Com a divulgação do INPC de agosto (taxa de inflação), já é possível conhecer os valores exatos dos reajustes nos acordos assinados com as montadoras, Sindipeças e Fundição.
Sindipeças
8,16% a partir de 1º de setembro. Corresponde à reposição da inflação de 5,01% e aumento real de 3%, aplicado até o teto de R$ 3.137,00.
Salários acima, fixo de R$ 255,98.
Os pisos nas empresas com até 100 trabalhadores passa para R$ 534,60
Nas empresas com mais de 100 trabalhadores o piso passa para R$ 726,00.
Renovação das cláusulas sociais e econômicas por dois anos. Na data-base do próximo ano já estão garantidas a reposição total da inflação e aumento real de 1,99%, no mínimo.
Fundição
8,16% a partir de 1º de setembro. Corresponde à reposição da inflação de 5,01% e aumento real de 3%, sem teto de aplicação.
Os pisos terão reajuste de 10%. Nas empresas até 350 trabalhadores o piso passa para R$ 605,00. Nas empresas com mais de 350 trabalhadores o piso passa para R$ 726,00.
Renovação das cláusulas sociais e econômicas por dois anos. Na campanha do próximo ano já estão garantidas a reposição total da inflação e aumento real de 1,99%, no mínimo.
Montadoras
8,9% a partir de 1º de setembro. Corresponde à reposição da inflação de 5,01% e aumento real de 3,7%, aplicado até o teto de R$ 6.523,00.
Acima, valor fixo de R$ 580,54.
O piso passa para R$ 950,00.
Renovação das cláusulas sociais e econômicas por dois anos. Na data-base do próximo ano já estão garantidas a reposição total da inflação e aumento real de 1,3%, no mínimo.