GT Automotivo entra na luta contra importações
Aumento da importação de peças impede criação de postos de trabalho
O problema envolvendo a importação de autopeças chegou ao Grupo de Trabalho (GT) Automotivo do Consórcio de Prefeitos do ABC. O coordenador do Grupo, Luiz Marinho,
prefeito de São Bernardo, vai encaminhar carta ao governo federal reafirmando a necessidade de aumento nos impostos (alíquotas) de importação de peças e sugerindo o “adensamento”
do setor.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo, Jefferson José da Conceição, o “adensamento” inclui temas como política de nacionalização de peças, qualificação
profissional e desenvolvimento tecnológico.
A proposta surgiu no primeiro encontro do subgrupo de tecnologia do GT, que reuniu representantes dos trabalhadores, do Sindipeças, do poder público e da Anfavea.
“Está em jogo o veículo do futuro. Se não desenvolvermos e produzirmos peças para os modelos que virão com inovações tecnológicas e de segurança, podemos condenar o parque produtivo nacional e perder milhares de postos de trabalho”, afirmou Sérgio Nobre, presidente do Sindicato.
Segundo Simone Pasianotto, economista do Sindipeças, o crescimento da importação de peças
impediu a criação de 95 mil postos de trabalho de 2001 até agora. E o número pode aumentar se o ritmo de compras externas das montadoras permanecer.
Outra decisão do GT é estudar como nacionalizar 72 itens que as montadoras dizem que são obrigadas importar porque não são produzidos no Brasil.
“Propomos a definição de uma política industrial que vise o fortalecimento do setor. Do nosso lado, o interesse é manter o emprego e reduzir a rotatividade nas fábricas de autopeças”,
concluiu Sérgio Nobre.