Guerra das geladeiras: Muito barulho por pouco
Os argentinos ameaçam criar barreiras para a entrada de tevês, geladeiras, máquinas de lavar roupas e fogões brasileiros. O conflito é chamado guerra das geladeiras. O Brasil é acusado do fechamento de pelo menos 17 fábricas argentinas de eletrodomésticos entre 1992 e 2003 com uma invasão de produtos.
O que ocorreu foi que em 2002 a Argentina entrou na maior crise de sua História. O governo desvalorizou o peso, beneficiando as exportações agropecuárias, mas prejudicou a indústria.
Em 2003, quando a economia argentina começou a se recuperar, os brasileiros aproveitaram. Com produtos de boa qualidade e preços mais baixos, conquistaram 62% do mercado de geladeiras e 51% das vendas de máquinas de lavar roupa, por exemplo.
É diante deste quadro que os argentinos querem instalar barreiras. Eles desejam o impor cotas para a entrada dos nossos produtos para defender a indústria deles.
A medida não é novidade para nós. Quando o real valia o mesmo que o dólar e os produtos estrangeiros ameaçavam acabar com a indústria nacional, os brasileiros também lutaram por cotas aos importados.
O erro dos argentinos foi fazer ameaças em vez de usar os meios diplomáticos abertos pelo Mercosul para solucionar o conflito, como o governo brasileiro quer.
Afinal, desde quando foi criado o Mercosul, em 1991, até o ano passado, a Argentina vendeu R$ 21 bilhões a mais do que comprou do Brasil. Este ano a situação começou a mudar. No primeiro semestre vendemos R$ 500 milhões a mais do que compramos deles.