Guerra de preços e excesso de capacidade prejudicam finanças das montadoras chinesas
O setor automotivo da China está sofrendo com o excesso de capacidade e uma prolongada guerra de preços, levantando alertas entre reguladores e executivos da indústria, que alertam que a turbulência está comprometendo a viabilidade de longo prazo do setor. Os principais líderes da China prometeram intensificar a regulamentação contra cortes agressivos de preços e apoiar a eliminação gradual e ordenada de capacidades de produção obsoletas, segundo a mídia estatal informou no início deste mês.
Dados da LSEG referentes a 33 montadoras listadas com sede na China mostram uma deterioração generalizada nos principais indicadores financeiros nos últimos seis anos, destacando o impacto de uma guerra de preços brutal iniciada em 2023. Os dados indicam que o prazo médio que as montadoras levaram para pagar seus fornecedores e outros credores de curto prazo aumentou para 108 dias em 2024, contra 99 dias em 2019.
Em 1º de junho, entrou em vigor uma nova regulamentação exigindo que grandes empresas liquidem pagamentos em até 60 dias após o recebimento de bens, serviços de engenharia ou materiais. Joerg Wuttke, sócio do DGA-Albright Stonebridge Group, com sede em Washington, disse que fornecedores europeus e alemães geralmente recebem pagamento em 40 a 50 dias.
“Essa nova regulamentação vai nivelar o campo de jogo e basicamente impedir que essas montadoras transformem seus fornecedores em bancos”, afirmou. Entre as grandes marcas, a líder em vendas de veículos elétricos, BYD, levou em média 127 dias para pagar fornecedores e credores de curto prazo em 2024, acima dos 81 dias em 2019, segundo dados da LSEG. A dívida total das montadoras disparou 56% no ano passado em comparação aos níveis de 2019. A mediana da relação dívida/patrimônio subiu 21 pontos percentuais, chegando a 51,3%.
Do Money Times