GWM inicia novo capítulo das chinesas no país

Inauguração de fábrica, na sexta-feira, simboliza uma etapa da onda que soma novas marcas

A primeira montadora chinesa que começa a produzir no Brasil, a Great Wall Motor (GWM), inaugura a fábrica nesta sexta-feira (15), em Iracemápolis (SP), onde até 2021 eram produzidos automóveis Mercedes-Benz. Esse é só o começo de uma nova etapa da onda chinesa no mercado de carros do Brasil, que começou há três anos. Além dos modelos de marcas que já se tornaram conhecidas dos brasileiros, como a BYD e a própria GWM, vários outros começam a chamar a atenção nas ruas.

Algumas marcas que não deram certo no passado retornam agora; outras chegam por meio de parcerias com montadoras ocidentais. Uma parte delas tem planos firmes para produzir no país e várias outras ainda sondam nosso mercado, o sexto maior do mundo. Em comum, esses fabricantes são especialistas na eletromobilidade, um ponto fraco, ainda, entre a maioria das montadoras ocidentais, principalmente no Brasil. Por isso, as chinesas têm dominado as vendas dos chamados eletrificados, um mercado em ascensão.

Com base nos dados de emplacamentos dos órgãos de trânsito, divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), que representa os concessionários, as vendas de híbridos e elétricos no Brasil cresceram 46,83% de janeiro a julho na comparação com igual período do ano passado, enquanto a expansão do mercado total ficou em 4,1%. No período, dos 139,2 mil veículos eletrificados vendidos no país, 63,5% foram de marcas chinesas, segundo dados da Associação Brasileira do Veículos Elétrico (ABVE).

A BYD aparece na liderança, tanto do segmento de híbridos, com 28,10%, como dos puramente elétricos, com 76,78%, segundo a Fenabrave. A chegada desses novos competidores rompe com paradigmas, desde a fidelidade que o consumidor brasileiro supostamente teria em relação a fabricantes tradicionais até regras criadas historicamente pelo setor, como a preocupação em relação aos nomes de marcas e de modelos de carros, que tinham que ser curtos, fáceis de pronunciar e sem riscos de eventual interpretação negativa.

Do Valor Econômico