Há um ano, com 57 mortos, o Sindicato já chamava Bolsonaro de genocida

Hoje, com mais de 300 mil vidas perdidas e o sistema de saúde em colapso, o país vive as consequências desse governo irresponsável

Foto: Divulgação

Há um ano, em 25 de março de 2020, a Tribuna já estampava na capa a manchete “Genocida”. Naquela ocasião, o Brasil somava 57 mortos pela Covid-19 e o presidente, acompanhado por alguns grandes empresários, insistia no discurso de salvar o lucro e não as vidas.

Um ano depois, o país vive o resultado dessa condução irresponsável da pandemia com mais de 300 mil mortos e o sistema de saúde em total colapso. Em apenas 75 dias, foram 100 mil mortes pela doença.

Neste momento, quando a situação “ultrapassou o limite do bom senso”, como admitiu o vice-presidente Hamilton Mourão, em que pessoas morrem sem ao menos conseguir um leito em hospitais públicos e particulares, o governo decidiu criar um comitê para combater a pandemia.

Com “apenas” um ano de atraso, o presidente que sempre se colocou contra as vacinas, incentivou o uso de remédios sem eficácia comprovada e minimizou a gravidade da doença, tenta passar uma imagem contrária, mas é tarde, os mais de 300 mil mortos não o deixam mentir.

“A direção do Sindicato se solidariza mais uma vez com os familiares amigos dos 300 mil mortos. Nós lamentamos aqui as 100 mil mortes, o que já foi uma coisa inadmissível. Aonde vai parar isso? Todos os dias a notícia é que não tem vacina, não tem oxigênio, não tem leito de UTI, não tem enfermaria, tanto na rede pública quanto na rede privada. É uma situação de fome, peste e guerra. Isso não pode ficar impune, temos que cobrar responsabilidade por parte do governo”, declarou o secretário-geral do Sindicato Moisés Selerges.

O dirigente lembrou as trocas de ministros sem que haja nenhuma mudança na condução da pandemia. “Troca de ministro toda hora e todos eles são irresponsáveis por conta de um governo que não está nem aí com as pessoas, que manda tomar cloroquina, diz que não é coveiro, que é uma gripezinha”.

“Para acabar com a pandemia, precisamos tirar Bolsonaro de lá, não dá pra suportar mais, chega! Temos que dar um basta, esse é um governo genocida!”

Verdadeiros Heróis

“Queremos ser solidários a todos trabalhadores na área da saúde, esses sim são verdadeiros heróis. Precisamos de vacina para todos, de auxílio emergencial, que o governo olhe com responsabilidade para os trabalhadores. Um trabalhador pega um ônibus lotado, não porque não tem medo do vírus, mas porque precisa pagar um aluguel e colocar comida na mesa. O governo tinha que dar crédito não só para os trabalhadores, mas para os pequenos empresários para que não quebrem”.

“Enquanto tudo não vem, nos resta usar máscara, álcool gel, manter o distanciamento e não desistir de lutar para que a gente possa ter uma vida melhor e voltar a ser feliz”.

Veja a íntegra da declaração do secretário-geral:

Mortes e casos da Covid-19 estão em alta

O Brasil teve média móvel em uma semana de 2.279 vidas perdidas por dia, variação de +34% em relação aos dados de 14 dias. A média móvel de casos foi de 75.250 por dia, variação de +8%.

O total no país chegou a 301.087 óbitos e 12.227.179 casos. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do dia 24.

Receberam a 1ª dose 13,3 milhões de pessoa, o equivalente a 6,32% da população. Receberam a 2ª dose 4,4 milhões de pessoas, 2,09% do total.

Estado SP

O Estado teve ao todo 68.904 mortes e 2.352.438 casos, segundo balanço da Fundação Seade.

O total de pacientes internados no Estado de São Paulo bateu recorde, com 30.359 em hospitais públicos e privados. É o dobro do registrado há um mês. A ocupação de leitos de UTI na Região Metropolitana é recorde, com 92,2%. 

ABC

Com 50 vidas perdidas em 24h, o ABC teve média móvel em uma semana de 44 mortes por dia. A variação da média em duas semanas foi de +124,6%.

A média de casos foi de 916 por dia, variação de +51%. Ao todo, foram 5.359 pessoas mortas e 149.452 infectadas. O balanço é da ABC Dados do dia 24. 

A taxa de ocupação de leitos de UTI na região está em 91,1%, segundo o Consórcio Intermunicipal Grande ABC.