Herança do PSDB: 10 anos de empregos perdidos
O crescimento medíocre da economia brasileira durante o governo FHC e o processo de reestruturação produtiva que a administração do PSDB não combateu estão na raiz do aumento do desemprego no Brasil.
A informação foi divulgada ontem pelo estudo Radar Social, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), órgão do governo federal.
Que o desemprego cresceu assustadoramente naquele período nós sabíamos.
A novidade é o estudo salientar que, quando todos diziam que os efeitos negativos da reestruturação eram um problema mundial, a taxa de desemprego no Brasil cresceu mais do que em outras partes do mundo no mesmo período, chegando a dobrar nas principais regiões metropolitanas.
De acordo com o levantamento, o percentual da população economicamente ativa sem emprego aumentou em 56%. Como comparação, o crescimento do desemprego na América Latina foi de 16% no mesmo período, segundo o Ipea.
Flexibilização não resolve
O Ipea também alerta que o caminho tradicional proposto pelos neoliberais, que é a flexibilização de direitos para reverter a informalidade e o desemprego, pode não ser o mais adequado. O Instituto defende que o Estado aprimore e amplie os mecanismos de proteção do trabalhador.
Isso porque o argumento do peso excessivo dos encargos sociais no custo total da mão-de-obra brasileira não se sustenta, pois o custo das obrigações associadas ao trabalho é proporcional ao valor dos salários, que são historicamente baixos no Brasil.