Herdeiro da Ford admite que ter acabado com sedãs e hatches para focar só em SUVs foi um erro
Quando a Ford anunciou em 2018 que deixaria de fabricar carros de passeio nos Estados Unidos — com exceção do Mustang — o mundo automotivo ficou em choque. Era o fim de uma era para a marca que ajudou a popularizar o automóvel no século passado. A aposta total em SUVs e picapes parecia ousada, mas, passados alguns anos, há sinais claros de arrependimento no alto escalão da empresa.
Em recente entrevista à revista Autocar, Bill Ford, bisneto do fundador Henry Ford e atual presidente do conselho, admitiu que a decisão de abandonar os carros tradicionais pode ter sido precipitada. Ele foi direto ao reconhecer que, no segmento de veículos de passeio, a empresa não está onde deveria. Essa declaração marca uma virada no discurso da marca, que por anos defendeu com unhas e dentes sua guinada para o universo dos utilitários.
Na Europa, o cenário não é muito diferente. A Ford também reduziu drasticamente sua oferta de sedãs e hatches por lá, substituindo-os por crossovers e SUVs elétricos como o Puma. Bill Ford, no entanto, garantiu que a marca não pretende abandonar o velho continente, mas deixou claro que precisa fortalecer sua presença entre os carros de passeio.
O CEO da marca, Jim Farley, já havia dado pistas dessa mudança de visão em julho de 2024. Segundo ele, os consumidores e a sociedade precisam “se apaixonar de novo pelos carros menores”, não apenas por questões de custo, mas também pelo impacto ambiental. Farley foi ainda mais incisivo ao criticar o fascínio exagerado por veículos gigantescos, afirmando que o peso excessivo é um problema real para o futuro da mobilidade.
Do Notícias Automotivas