Hibridização manterá o 1.0 como principal motor no Brasil

Com sistemas híbridos leves, os 1 litro tendem a dominar o segmento de entrada pelo menos até o começo da próxima década

Impulsionados por alíquotas reduzidas de impostos, eles dominaram quase que integralmente o mercado brasileiro de automóveis nos anos 1990. Após sensível decréscimo, desde o fim da década passada os motores de 1 litro, empurrados agora por turbos e tecnologias que asseguram desempenho e eficiência, ganharam novo fôlego e novamente respondem pela maioria das vendas.

No ano passado, estavam presentes em 54,5% dos automóveis emplacados, muito acima do patamar registrado na década anterior, quando a participação média, ainda sem a adoção do turbo, ficou na casa dos 32 a 33%, com os propulsores de capacidade volumétrica acima e até 2 litros representando mais de 60%. Em 2022, os 1 litro representaram 54,8% das vendas, um impressionante salto de 10,7 pontos porcentuais sobre a participação registrada em 2021.

Foi a primeira vez em doze anos que o segmento voltou a dominar mais da metade do mercado brasileiro. No primeiro trimestre de 2024 não tem sido diferente. Os 1 litro novamente mantiveram participação ao redor de 54%, com os acima e até 2 litros respondendo por 44%. A pergunta que cabe é: o Brasil iniciou um “segundo longo reinado” dos 1 litro ou novas tecnologias podem alterar essa tendência dos últimos três anos.

Para quem torce o nariz e associa os 1.0 à jabuticaba, Murilo Briganti, diretor de operações da Bright Consulting, tem uma má notícia: tão cedo, mesmo com a eletrificação nascente, os 1.0 seguirão com papel relevante, para não dizer protagonista, no Brasil. “A tendência é que a participação de motores de 1 litro cresça até um pouco mais nos próximos anos, para somente depois, com a ampliação da oferta dos eletrificados e elétricos, recuar novamente”, avalia Briganti, que estima que em 2030 a penetração esteja ainda próxima dos 50%.

Do AutoIndústria