Hidrogênio verde pode ser a solução para eletrificar veículos pesados

O projeto da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para produzir hidrogênio verde a partir do etanol pode colocar o Brasil na rota global da descarbonização. Para Júlio Meneghini, diretor científico do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa, RCGI, da Escola Politécnica, que participou do seminário Brasil Elétrico + ESG, é solução interessante para veículos pesados, que, ao rodarem com célula de combustível de hidrogênio produzida a partir de biomassa, poderão usar um número menor de baterias, reduzindo seu peso.

O País é pioneiro no desenvolvimento da tecnologia e poderá exportar o desenvolvimento no futuro, e já têm países como Estados Unidos e Holanda interessados no projeto e visitando o Brasil para conhecer mais sobre o assunto. “É uma solução muito interessante, principalmente para os veículos pesados que rodam longas distâncias porque reduz de forma significativa o volume necessário de baterias e o tempo de abastecimento”.

Inicialmente o projeto, recebeu investimento de R$ 50 milhões da Raízen, parceira que será a responsável por produzir etanol de segunda geração que será usado para gerar hidrogênio. Marcopolo e Toyota também são parceiras: a primeira forneceu um ônibus movido a célula de hidrogênio e a segunda um veículo leve, o Mirai. Ambos serão usados em testes de abastecimento e rodagem.

O projeto, ainda em fase de testes, tem a intenção de produzir o hidrogênio no ponto de final de abastecimento, usando a rede de transporte do etanol, já instalada no Brasil, para distribuir a matéria-prima necessária para a produção. Outra vantagem citada por Meneghini é que o nível de emissão de CO2 no ciclo todo de produção do hidrogênio a partir do etanol pode ser até negativo caso as máquinas usadas no plantio e na colheita abandonem o diesel e utilizem algum biocombustível.

Da AutoData