História da África começa com repúdio ao racismo

“Educação é o caminho contra o racismo e não há outra forma”, diz Calazans

A retomada do curso so­bre História da África, com aula inaugural do segundo módulo na última segunda, dia 28, no Centro de Forma­ção Celso Daniel, enfatizou a questão da educação e do racismo.

“Nós temos o compromis­so, enquanto Sindicato Ci­dadão, de levar para a classe trabalhadora que é essencial um futuro despido de dis­criminação e preconceitos”, afirmou o coordenador da Comissão de Igualdade Ra­cial e Combate ao Racismo do Sindicato, Daniel Cala­zans.

Como exemplo, as mais de 100 pessoas presentes, todos fizeram um gesto, com o dedo polegar virado para baixo, e citando a frase “Xô, preconceito” no término do evento.

Mudar

Segundo, Calazans, só com conhecimento as pes­soas conseguirão se cons­cientizar sobre o problema do preconceito. “Este é o ca­minho e não há outra forma”, salientou. “A sociedade só vai mudar quando tiver acesso ao saber e isto é possível com a volta das discussões do nos­so curso”, prosseguiu.

Para o dirigente, a Lei 10.639/03 – que determina o ensino de História da África nas escolas – faz com que todos reflitam esta situação e que a história do continente seja recontada.

“Essa história é impor­tante para que todos sai­bam que os descendentes dos africanos, que aqui vieram escravizados e contribuiram na construção da sociedade brasileira, continuam acre­ditando que o Brasil ainda é preconceituoso, mas tem condições de mudar”, disse Calazans.

Mais amor

Durante o evento, o de­putado e líder da bancada do PT, Vicentinho, condenou a prática racista e afirmou que o preconceito contaminou nossa sociedade. “É preciso muito mais amor do que se imagina, além de competência para lidar com esta questão”, analisou.

Já para o secretário de Igualdade Racial da Prefei­tura de São Paulo, Netinho de Paula, hoje a juventude negra está sendo exterminada e a mulher negra é a que mais tem sofrido para criar os seus filhos. “Não podemos aceitar isso passivamente”, defendeu.

Calazans lembrou que a meta da Comissão de Igualda­de Racial é atingir os compa­nheiros que não participaram do primeiro módulo e também quem deseja continuar os estudos para se fortalecerem contra o preconceito racial, tanto na categoria quanto na sociedade.

O evento contou ainda com a participação da secretária de Combate ao Racismo da CUT Nacional, Maria Júlia Reis No­gueira; o prefeito Carlos Gra­na, dentre outros convidados.

Da Redação