História de luta: 1º Congresso das Metalúrgicas completa 40 anos
Foto: Adonis Guerra
Há 40 anos as mulheres da categoria promoviam uma atividade pioneira que seria o marco de uma história de luta pela igualdade, o 1º Congresso das Metalúrgicas do ABC, realizado em 1978, em plena ditadura militar. Para fazer jus a essa trajetória de grandes desafios e conquistas, o 9º Congresso dos Metalúrgicos do ABC, que começa amanhã às 18h, na Sede, relembrará a data.
“Não se trata de uma homenagem, o mês de março e a abertura do Congresso têm que marcar a luta das mulheres pela igualdade. Homens e mulheres na luta por uma sociedade igual e justa, assim vamos ter um País decente”, declarou o presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.
A diretora executiva, responsável pela Formação, Michelle Marques, destacou que a luta deve ser permanente. “Seguimos dando continuidade ao que nossas companheiras começaram em 1978 e, apesar de todos os avanços, a desigualdade ainda continua, por isso não podemos parar, a luta deve ser permanente. Depois de quatro décadas, ainda estamos discutindo questões que já deveriam estar superadas, se esse fosse um País igualitário”, afirmou.
A necessidade de as mulheres ocuparem os espaços no Sindicato e na sociedade foi destacada pela coordenadora da Comissão das Metalúrgicas do ABC, Andrea Ferreira de Sousa, a Nega. “É importante a participação feminina em todas as esferas da sociedade e também no Sindicato. As conquistas que tivemos só foram possíveis por conta das companheiras guerreiras que passaram por essa casa durante os últimos 40 anos”.
Participação essa que foi reprimida durante o 1º Congresso. O evento contou com pouco mais de 350 trabalhadoras, quando na verdade, 800 delegadas estavam inscritas. Obstáculos impostos pelos patrões e até ameaças de demissão impediram mais da metade das companheiras de virem ao Sindicato.
Foto: Edu Guimarães
Os desafios do 1º Congresso
A ideia para o 1º Congresso, realizado nos dias 21 e 28 de janeiro de 1978, surgiu a partir de um debate levantado pela Tribuna Metalúrgica, sobre o que acontecia com as mulheres nas fábricas da região.
Na ocasião, as metalúrgicas apresentaram a realidade sobre a repressão e o descaso com os direitos das trabalhadoras para jornalistas, professores, sociólogos e trabalhadores de outras categorias que participaram da atividade como convidados.
Da redação