Horse aposta no potencial do motor a combustão

Fruto da união entre a francesa Renault e a chinesa Geely, nova empresa tem pronta tecnologia para carro híbrido a etanol

Nos últimos anos, a maioria dos fabricantes de automóveis reduziu investimentos em motores a combustão para dedicar-se ao desenvolvimento de carros elétricos. Há pouco mais de um ano, no entanto, Luca de Meo, presidente global da francesa Renault, e Eric Li, fundador da chinesa Geely, concluíram que nos próximos 20 anos, pelo menos, metade dos carros vendidos continuará rodando com motores a combustão, principalmente no Hemisfério Sul. E decidiram juntar forças para criar uma nova empresa global, a Horse Powertrain.

Fundada em 31 de maio deste ano, a Horse nasceu num formato diferente do que caracterizou essa atividade. Tradicionalmente, as montadoras de carros sempre desenvolveram e produziram seus próprios motores. As especificações do equipamento, historicamente considerado o “coração” do veículo, eram tratadas com o mesmo sigilo que cerca o lançamento de um novo carro.

Mas a união do grupo chinês com o francês numa empresa totalmente nova abre novas oportunidades de negócios. Os motores produzidos agora não precisam mais ser destinados exclusivamente aos carros da Renault ou da Geely. A Horse pode ser a fornecedora de qualquer outra montadora. E, para desvincular a imagem da empresa de suas origens, Londres foi escolhida para abrigar a sede.

No início, Renault e Geely se tornaram as únicas sócias da empresa de motores, com participação de 50% cada. Há poucos dias, porém, a Horse ganhou um novo sócio. A petrolífera saudita Saudi Aramco adquiriu participação de 10% e as duas primeiras passaram a deter 45% cada. A nova empresa nasceu com valor de mercado próximo de € 7,4 bilhões. Ao juntar as instalações que as duas primeiras sócias tinham, a Horse foi fundada já tendo 17 fábricas e mais de 2 mil engenheiros em todo o mundo, incluindo uma unidade em São José dos Pinhais (PR), que pertencia à Renault.

Do Valor Econômico