Hyundai quer usar etanol e até lixo para fazer hidrogênio no Brasil

Pouca gente se lembra que o hidrogênio poderia ser o biocombustível mais apropriado para a descarbonização das frotas de veículos no mundo. Afinal, estamos falando do elemento químico mais abundante do universo e o terceiro mais abundante na superfície da Terra. Só que a realidade na indústria automotiva não é bem assim. Poucas montadoras investem em projetos de célula combustível a hidrogênio por dois motivos principais: a falta de infraestrutura de abastecimento e principalmente os altos custos.

A Hyundai é uma exceção e investe bilhões de dólares em projetos que usam o hidrogênio como combustível para veículos de todos os tipos, inclusive automóveis de passeio. A Hyundai não esconde a vontade de produzir hidrogênio em países como o Brasil. A montadora sul-coreana, inclusive, criou uma divisão destinada a projetos que usam o gás como fonte de energia. A HTWO (belo trocadilho com H2, aliás) tem escritórios em regiões estratégicas do planeta, incluindo no Brasil.

A empresa participa de eventos relacionados ao uso do hidrogênio como fonte de descarbonização da frota e estuda formas de produzir o gás a partir de fontes renováveis e sustentáveis. A proposta seria produzir o hidrogênio por meio do uso do etanol. O projeto realizado em conjunto com a Shell propõe a produção do gás por uma reação com a água dentro de um reator químico.

Esse processo poderia até ser realizado em equipamentos instalados nos próprios postos de combustível, o que eliminaria gastos excessivos com o transporte do hidrogênio. Entre os projetos da HTWO também se destacam o Waste-to-Hydrogen (ou W2H) e Plastic-to-Hydrogen (P2H). Enquanto o primeiro prevê o uso de resíduos orgânicos para produzir hidrogênio, o segundo aproveita plásticos não-recicláveis para gerar o gás. A Hyundai já possui uma estação de W2H que utiliza restos de comida para fazer hidrogênio que é fornecido para estações de abastecimento nos arredores de Chungju, na Coreia do Sul.

Do Automotive Business