Ifer: Luta agora é da categoria
Pelo segundo dia consecutivo,
os trabalhadores na
Ifer, em Diadema, cruzaram
os braços em defesa da representação
no local de trabalho.
Enquanto isso, os companheiros
Celso e Chicão, membros
do CSE demitidos arbitrariamente
no início do ano,
seguem com o acampamento
diante da fábrica.
A luta deles passou a
ser uma luta da categoria.
Nesses dias de paralisação,
membros dos comitês sindicais
levam seu apoio e começam
a articular uma ajuda
mais efetiva.
“Se for preciso, vamos
começar uma arrecadação
para manter o movimento”,
prometeu Silvio César
do Nascimento, do Comitê
Sindical na Volks.
Para Luiz Sérgio Oliveira,
o Pica-Pau, do CSE na
Grob, a luta pelo retorno
dos dirigentes é difícil, mas
vale a pena pela importância
do reconhecimento da
representação sindical. Para
Pica-Pau, que viveu drama
semelhante, é decepcionante
ver em pleno século 21 uma
empresa adotar uma atitude
tão anti-sindical, como fez a
Ifer. Segundo ele, o apoio da
categoria é fundamental para
o sucesso do movimento.
Unidade – “Essa luta é agora de
todos os metalúrgicos, pois
só com unidade é que poderemos
vencer essa batalha”,
enfatiza Gilberto da Rocha,
o Amendoim, do CSE na Autometal.
“O problema deixou de
ser uma questão deles (companheiros
na Ifer) e tornou-se
nossa, da categoria”, concorda
Antonio Claudiano da Silva, o
Da Lua, do CSE na IGP.
Segundo Alexandre Colombo,
membro do Comitê
na Ford, é importante os
companheiros na Ifer garantirem
a representação
sindical com luta.
“Atravessamos situações
parecidas na categoria
e conseguimos vencer cada
batalha”, comentou, relembrando
que os trabalhadores
na Ford passaram por episódio
semelhante e reconquistaram
sua comissão de
fábrica, depois que a montadora
demitiu todos seus
membros, há 20 anos.