Importação de máquina bate recorde em agosto
Dados divulgados ontem pela indústria de bens de capital mecânicos revelaram crescimento nas vendas das empresas brasileiras, mas também uma marca recorde nas importações de máquinas e equipamentos em agosto.
Diante disso, o setor – capitaneado por sua entidade representativa, a Abimaq – reforça a ofensiva em Brasília contra os importados, ampliando o escopo de reivindicações ao governo.
Conforme informou a Abimaq, estão sendo negociadas medidas de defesa comercial para 60 produtos – dentro de uma lista de 814 ítens que, segundo a associação, estão em situação de competitividade “extremamente grave”.
Segundo Lourival Franklin Júnior, chefe de gabinete da presidência da Abimaq, as discussões se dão no âmbito da regulamentação da nova política industrial e uma resolução poderá ser conhecida em dez dias. Ele, contudo, disse que não pode adiantar quais ações estão sendo avaliadas.
Diante da presença crescente de máquinas da China no Brasil, a entidade já pediu ao Planalto medidas de salvaguarda contra três produtos chineses, mas ainda não recebeu nenhuma resposta.
O balanço de agosto apontou receita de R$ 7,06 bilhões dos fabricantes nacionais de máquinas e equipamentos, 9,1% a mais do que no mesmo mês de 2010. Esse desempenho, contudo, se deu em meio a um avanço de 17,3% nas importações, que totalizaram US$ 3,09 bilhões em agosto, maior nível na série histórica da Abimaq.
De janeiro a agosto, as importações somaram US$ 19,63 bilhões, 26,3% a mais do que no mesmo período de 2010. Nos oito meses, o déficit comercial somou US$ 12,13 bilhões, esse montante deverá subir para US$ 19,25 bilhões até dezembro.
A China, que participava de 2,1% das importações brasileiras em 2004, responde neste ano por 13,2% do total, acompanhando de perto a Alemanha (14,3%). À frente desses dois países, os Estados Unidos é o maior fornecedor externo, com 25% das importações de máquinas e equipamentos feitas no Brasil.
Do Valor Econômico