Importação de veículos sobe 38% no semestre

Dados reforçam a importância do ato em conjunto entre os Metalúrgicos do ABC e SP nesta sexta (8)

 

Rossana Lana / SMABC

Dados divulgados pela Fenabrave – associação das revendedoras de veículos – destacaram a importância do ato conjunto que metalúrgicos do ABC e de São Paulo realizarão nesta sexta-feira, dia 8, para chamar a atenção do governo federal e da sociedade para o aumento desenfreado das importações no setor.

Segundo a Fenabrave, de janeiro a junho foram vendidos no País 388 mil automóveis e comerciais leves importados. “Os números estão 38% acima dos primeiros seis meses de 2010 e mostram que os importados já dominam 22% do mercado”, alerta Wagner Firmino Santana, o Wagnão (foto), secretário-geral do Sindicato.

Ele denuncia que em 2010 essa importação impediu a abertura de 103 mil empregos no setor automotivo no Brasil e a situação já começa a se repetir em outros setores, como o eletroeletrônico e o de máquinas.

“Caso as previsões se confirmem, os importados poderão superar as quase 700 mil unidades comercializadas no ano passado e atingir o incrível volume de um milhão de veículos vendidos”, prossegue.

“Isso mostra o mercado crescendo, mas sendo atendido com importação em vez de produção nacional”, destaca. “Então, que tipo de produção sai dessas fábricas?”, pergunta o dirigente.

“Ou saem veículos que já vêm prontos do exterior ou as fábricas apenas juntam as peças dos veículos que trazem desmontados do exterior. Na verdade, o que fazem são carros-lego”, protesta Wagnão.

Ato defenderá futuro do emprego metalúrgico
Em sua opinião, se nada mudar o País caminha para a desindustrialização, pois sem produção nas montadoras as autopeças poderão fechar.

“Esses carros-lego serão fabricados com peças também importadas, que fecharão espaço para a produção nacional de autopeças e de outros setores”, exemplifica

“Já enfrentamos problema parecido há 15 anos, quando o Sindicato comandou a formação da Câmara Setorial da Indústria Automotiva e reuniu trabalhadores, governo e empresários para evitar o mesmo risco de desindustrialização que sofríamos”, lembra Wagnão. “Este é o motivo de pretendemos repetir a experiência agora”, diz.

Para apoiar esta iniciativa do Sindicato e garantir seus empregos e salários, os metalúrgicos do ABC vão apoiar a manifestação desta sexta-feira. Só unidos os trabalhadores conseguirão mudar a situação atual e garantir seu futuro, de suas famílias e do País.

Da Redação