Importação: Não à redução de tarifas

O Sindicato vai encaminhar carta ao Ministério da Fazenda para protestar contra a sugestão do órgão de reduzir fortemente as tarifas cobradas sobre importações de produtos e equipamentos.

A fórmula defendida pela Fazenda prevê uma diminuição drástica de 35% para 10,5% na tarifa máxima de importação que o Brasil pode cobrar.

Se aprovada, o preço de cerca de 80% de tudo o que o País compra lá fora cairá, facilitando a entrada de produtos estrangeiros no Brasil.

As consequências são fáceis de prever: fechamento de empresas e desemprego em massa.

Setor automotivo

O setor mais prejudicado será o automobilístico cuja tarifa de importação poderia baixar para 10,5% com a proposta.

Hoje, a tarifa aplicada aos produtos importados no segmento é 24% em média, inclusive para autopeças. Seria um desastre para os trabalhadores.

A proposta teria grande impacto em quase todos os setores metalúrgicos. Eletroeletrônicos, máquinas, siderurgia, implementos agrícolas e outros seriam fortemente atingidos com a queda da proteção contra produtos importados.

Proposta é criticada por todos

O próprio ministro do trabalho Luiz Marinho desautorizou a iniciativa da Fazenda.

“O Brasil não fará nenhuma abertura unilateral sem que haja concessão consistente por parte de outros países em produtos que o Brasil tenha grande interesse”, garantiu.

A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT) criticou a proposta e lembrou que milhares de companheiros perderam seus empregos nos governos Collor e FHC por causa de medidas semelhantes.

A CUT Nacional também protestou, dizendo que os resultados da proposta da Fazenda podem ser desastrosos para o País.

Até o Ministério do Exterior não gostou. O chefe do Departamento Econômico, Piragibe Tarragô, disse que nada ainda está definido.

“Primeiro precisamos saber qual é a posição dos países desenvolvidos com relação à redução dos subsídios agrícolas para, então, discutirmos a redução da tarifa de importação dos produtos industriais”, afirmou.