Importações levam Sindicato ao governo

Mais atenção às importações de autopeças, componentes de máquinas e ferramentas, para não colocar o emprego metalúrgico em risco.

Esse é o alerta contido na pauta de reivindicações que foi entregue ontem ao ministro da Indústria, Miguel Jorge.

Participaram da reunião os presidentes do Sindicato, Sérgio Nobre, da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) da CUT, Carlos Grana, e representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, da
Força Sindical.

Segundo Sérgio Nobre, a economia forte e o real valorizado do pós-crise no País estimularam as importações.

Isso exige ações do governo para impedir concorrência desigual, com prejuízo ao produto nacional e ao emprego.

Os sindicalistas apresentaram o caso das autopeças, que teve reduzida a alíquota de importação de 15% para 9%. “A importação substitui a produção nacional e pode refletir em corte de postos de trabalho”, afirmou o presidente do Sindicato.

Descompasso
Por conta da redução do imposto, o setor registrou um déficit de R$ 4,25 bilhões no ano passado, com importação de R$ 15,5 bilhões e exportação de R$ 11,6 bilhões
Segundo Sérgio Nobre, também preocupa o crescimento das importações de ferramental, especialmente da China, e de produtos fundidos.

De acordo com a Associação Brasileira de Fundição (Abifa), os fabricantes tiveram que reduzir a produção
de peças fundidas, em três anos, de 3,2 milhões para 2,2 milhões de toneladas.

Além disso, o segmento, que antes sofria a concorrência espanhola e a portuguesa de moldes e ferramentas novos, agora sofre também a concorrência chinesa com ferramentas e moldes usados, enviados como refugo ao Brasil.

Aviões
Os sindicalistas também reafirmaram o apoio dos metalúrgicos brasileiros à compra dos caças suecos Gripen para renovar a frota da Força Aérea Brasileira (FAB).

Eles disseram ao ministro que a empresa sueca apresentou proposta mais interessante ao Brasil, com transferência de tecnologia e a instalação de uma fábrica no ABC com 1,2 mil empregos.