Imposto de importação: Camex recua após críticas gerais
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) mudou de opinião depois que recebeu violentas críticas contra a proposta do Ministério da Fazenda de reduzir fortemente os impostos de importação de produtos industrializados.
Protestaram contra a inciativa diversas autoridades do próprio governo, a CUT Nacional, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e entidades empresariais, entre outros.
Incomodados com a reação, os ministros da Camex recuaram. Agora vão pesquisar as novas análises, chamar o setor privado para consultas e evitar adotar uma posição oficial sobre o assunto. Mesmo assim, ainda falta chamar os trabalhadores para participar.
“Não vamos propor a abertura de mercado para bens industriais se não houver um bom avanço na agricultura”, disse o secretário-executivo da Camex, Mário Mugnaini.
A frase derruba a proposta da Fazenda que é, justamente, baixar as alíquotas de automóveis, auto-peças, máquinas e outros equipamentos como prova de boa vontade para conseguir maior abertura aos produtos agrícolas brasileiros no exterior.
A falha da Fazenda, segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, é que provocará desemprego e quebradeira, mas não garantirá a abertura de mercados.
Diante desses argumentos, a Camex decidiu não fechar uma proposta para redução de tarifas industriais a três meses da reunião internacional que será realizada em Hong Kong.
Só lá serão verificadas as reais possibilidades de avanço contra as barreiras ao comércio internacional de produtos agrícolas, considerado pelo governo o principal tema da atual rodada de negociações.