Imposto de Renda: Credibilidade do governo pode ser afetada
Senadores e deputados dos partidos que formam a base aliada do governo no Congresso Nacional se comprometeram com a correção da tabela do Imposto de Renda. “Todos se mostram sensíveis ao tema”, declarou o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, que voltou ontem a Brasília para pressionar o Congresso.
Feijóo disse que a todo momento os sindicalistas cobraram o cumprimento das promessas em relação ao IR e ao salário mínimo. “Lembramos que se nada for feito a credibilidade do governo será arranhada perante a classe trabalhadora”, argumentou o presidente do Sindicato.
No início da manhã, Feijóo e Luiz Marinho, presidente da CUT, encontraram-se com os senadores do PT. Em seguida, foram à Câmara dos Deputados e reuniram-se com os líderes do PT, PL, PMDB, PPS, PTB, PSB, PV e PP. Os presidentes dos Sindicatos dos Bancários de São Paulo e do ABC e dos Metalúrgicos de Taubaté também participaram.
Mínimo
Para Marinho, o governo não pode atender apenas às reivindicações da elite. “Não adianta falar só em superávit e esquecer que lá embaixo tem uma população carente cobrando ações”, completou.
A proposta da CUT é chegar a um valor do salário mínimo de R$ 320,00 no ano que vem e ter uma política para sua valorização até chegar ao valor do Dieese (hoje de R$ 1.500,00), em 20 anos.
Antecipação
Os sindicalistas defenderam a antecipação do reajuste do mínimo para janeiro desde que o ganho real seja igual ao de maio. Para Marinho, não importa quando o reajuste será concedido, mas que valor será definido. “A antecipação do reajuste não pode ser trocada por um valor menor”, afirmou.
A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse que a base do governo está empenhada para incluir no Orçamento deste ano a previsão de receitas que permita o reajuste do salário mínimo.
Hoje é com Palocci
Na tarde de hoje, os sindicalistas irão se encontrar com o ministro Antonio Palocci, da Fazenda. Na segunda-feira, o ministro declarou que o governo vai fazer todo esforço para permitir “algum nível” de correção da tabela.
“Esse nível tem de ser no mínimo 17%, que é a inflação do governo Lula”, retrucou Feijóo.
Palocci acha que a definição sobre a tabela não deverá sair do encontro com os sindicalistas, mas se mostrou confiante numa solução até o final do ano. “Lógico que dá, por que não? Temos muito tempo” afirmou o ministro.
Já o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, confirmou que o Congresso tem condição de votar a correção.
“Já foram criadas todas as condições para incluir a matéria na pauta”, ressaltou .