Imprensa estrangeira morde a língua

Jornalistas durante coletiva de imprensa da Copa

Todos acompanharam os ataques da imprensa estrangeira ao Brasil antes da abertura da Copa do Mundo.

Na Inglaterra, os jornais afirmavam que os torcedores arriscariam suas vidas se viessem ao País e que o governo inglês fora consultado sobre a possibilidade da capital, Londres, sediar os Jogos Olímpicos no lugar do Rio de Janeiro, em 2016.

Em terras alemãs, a revista Der Spiegel publicou na capa uma bola em chamas caindo sobre o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, anunciando Morte e jogos – O Brasil antes da Copa do Mundo.

E o jornal americano New York Times noticiou na primeira página que as obras atrasadas e mortais dos doze estádios simbolizavam o fim das grandes ambições brasileiras.

O tempo passou, a Copa começou e o fim do mundo anunciado no exterior por quase seis meses não durou nem três dias, obrigando a imprensa de fora do País a morder a língua.

O arrego começou no dia14, quando a Reuters, maior agência de notícias do mundo, informou que os torcedores estrangeiros estavam felizes de encontrar tudo em ordem no Brasil e que os protestos que houveram eram pequenos e isolados.

Antes disso, celebridades e jornalistas já usavam a internet e as redes sociais com desapontamento por não encontrar o caos imaginado ao chegar ao País.

A qualidade dos jogos também pesou na mudança de humor, assim como os xingamentos à presidenta.

A revista inglesa The Economist creditou a grosseria aos paulistanos endinheirados e afirmou que eles não representavam ameaças à Dilma. Análises posteriores apontaram que a situação poderia até ajudar sua candidatura à reeleição.

Os gols e a infraestrutura deram fim aos poucos protestos, que passaram a ter dificuldade para ser ouvido pelos próprios veículos.

Ao fim da primeira semana de jogos, vieram os balanços e a sentença do New York Times de que as previsões do juízo final não existiam mais.

Estádios que não ficariam prontos já tinham recebido jogos e os problemas não passavam de reparos na pintura e no gramado.

Os jornais ingleses questionavam integrantes do seu governo que haviam recomendado evitar a viagem, mas agora festejavam o Mundial no Brasil.

Antes do torneio, especialistas já haviam previsto que a cobertura negativa reduziria as expectativas e acabaria ao final revertida em avaliações positivas.

Dito e feito. Isso aconteceu antes e em alcance bem maior que o esperado. E a imprensa brasileira, quando vai se retratar?

Da Redação