Índia reduz importado para localizar – devemos fazer igual?
Nos últimos anos, a Índia promove a nacionalização da produção de automóveis e muitos fabricantes abraçaram a ideia, especialmente atraídos por um mercado bem competitivo, apesar de extremamente sensível a preço. Com isso, a Índia alcançou um elevado nível de industrialização do setor automotivo, com linhas de montagem que foram do extremamente pobre Tata Nano ao luxuosíssimo Jaguar XJ, num contraste tão grande quanto a realidade social indiana.
No entanto, Nova Déli quer mais e para isso, direciona seus esforços para reduzir a dependência de importações, subirá o imposto de importação para motos e carros, incluindo elétricos. Chamada “Make to India”, a campanha do primeiro-ministro Narendra Modi acontece antes das eleições de 2024 e eleva para 70% a taxa de importação para carros e motos acima de US$ 40.000. Anteriormente, eram 60% do valor e mesmo os carros com montagem CKD ou SKD no país, terão o imposto aumentado de 30% para 35%.
Então, não basta apenas um processo produtivo reduzido, mas algo mais complexo e caro, com estamparia, soldagem, pintura, enfim, o conjunto completo. Terceiro maior mercado automotivo do mundo, a Índia perde apenas para China e EUA, não adotando a prática da OMC de limite de 35% para taxa de importação, algo que levou o Brasil a ser duramente criticado na época do Inovar-Auto. Com esse aumento, a Índia impactará ainda mais no mercado, forçando uma nacionalização ou fechamento de operações locais, como ocorreu com Ford e GM, por exemplo.
O Brasil poderia seguir o exemplo indiano? Isso já foi feito pelo Inovar-Auto e agora se discute entre as montadoras uma proposta para aumento da taxa para entrada de carros elétricos, buscando ampliar a produção nacional de eletrificados. Com várias fábricas ociosas, um aumento na produção em decorrência da redução da importação seria uma saída, mas sabemos que isso também tem efeitos contrários, especialmente o de não fomentar novas tecnologias.
Do Notícias Automotivas