Indústria coloca em xeque e abre discussão sobre o imposto zero para os elétricos
Quase 50 mil veículos híbridos e elétricos foram vendidos no mercado brasileiro no ano passado, segundo levantamento da Anfavea. Destes 8,4 mil foram BEV, os 100% elétricos movidos a bateria. Em janeiro deste ano foram 4,5 mil eletrificados emplacados, volume que supera todo o ano de 2018, 4 mil unidades, e se aproxima da metade de 2019, 11,9 mil.
Embora celebrados pelo setor tais números acenderam a luz amarela para a indústria, especialmente pelo fato de que os BEV contam, atualmente, com isenção do imposto de importação de 35%, o que divide opiniões. Até porque 100% dos carros elétricos são importados: não existe, ainda, produção local.
Diante da possibilidade de que esse movimento possa gerar concorrência desleal às fabricantes que investem e produzem localmente o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, diz ter iniciado tratativas com o governo para pleitear a revisão do benefício: “A alíquota que defendemos é a mesma para todas as tecnologias. Se para automóvel importado a combustão é 35%, que seja 35% também para o importado elétrico”.
O objetivo, segundo o dirigente, é que haja ao menos previsibilidade: a regra não tem data de validade, ainda que exista projeto de lei tramitando no Senado para conceder o benefício até o fim de 2025, o que poderia postergar aportes do setor no País: Para o presidente da ABVE, Adalberto Maluf, entretanto, ainda não é hora de tirar esse benefício. Ele acredita que a quantidade de veículos eletrificados em circulação, no País, embora seja crescente e graças ao incentivo tributário, ainda está muito aquém de seu potencial, o que não oferece, em sua avaliação, risco ao papel que o Brasil pode desempenhar nesse quesito.
Da AutoData