Indústria de autopeças diz que há restrição no fornecimento de chips para o Brasil

A indústria automotiva brasileira enfrenta uma crise de semicondutores que ocorre em todo mundo por uma questão geopolítica. Montadoras instaladas no Brasil como Volkswagen, Stellantis, GM, Toyota, Hyundai, BYD, entre outras, poderão paralisar suas produções devido à escassez de chips.

“Nas últimas semanas, observamos uma redução significativa na disponibilidade de componentes eletrônicos essenciais para módulos de controle, sistemas de injeção e produtos de alta tecnologia aplicados em veículos leves, comerciais e industriais”, afirma a Abipeças (Associação Brasileira da Indústria de Autopeças) e o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), em carta enviada ao Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

O fato é que a nova crise dos chips se intensificou neste mês, após o governo holandês assumir o controle da fabricante Nexperia, uma gigante de semicondutores que atua naquele país, e subsidiária de um grupo chinês, a Wingtech. A holandesa temia que a tecnologia da empresa fosse adquirida pela chinesa.

Como resposta, a China impôs restrições à exportação de componentes eletrônicos, o que já afeta a produção em algumas fábricas automotivas na Europa e arrisca parar as montadoras no Brasil. Segundo a Abipeças e o Sindipeças, o impacto se estende também às empresas de autopeças e de eletrônica embarcada. A falta de componentes pode gerar um risco real de paralisação de linhas de produção. As entidades pedem uma intervenção do governo para resolver o problema.

Do Motor Show