Indústria de caminhões pretende manter o ritmo em 2009
As empresas deverão manter os planos de investimentos anunciados até agora
A produção brasileira de caminhões e ônibus em 2009 deverá se manter no mesmo nível deste ano, segundo os representantes de quatro das principais montadoras que participaram do Seminário Autodata Perspectivas 2009, na segunda-feira, em São Paulo. Bernardo Fedalto, gerente de caminhões da linha F, da Volvo, Gilson Mansur, diretor de vendas de veículos comerciais da Mercedes-Benz, Marco Mazzu, presidente da Iveco Latin America, e Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, participaram do painel Os Novos Cenários para o Mercado de Caminhões e Ônibus.
Com variações de acordo com a segmentação de mercado de cada empresa seus diretores basicamente concordaram com a projeção de encerrar 2008 com volume total de 200 mil a 210 mil unidades, sendo cerca de 130 mil só para o mercado doméstico de caminhões. Também foram unânimes em afirmar que até agora mantêm projeção de volume semelhante para 2009.
“Temos monitorado a situação em função da crise internacional, que demanda observação cuidadosa do comportamento do mercado”, disse Gilson Mansur, da Mercedes-Benz. “Mas até o momento não há motivos para alterar planos de investimentos ou reduzir turnos de trabalho.”
Os outros diretores também compartilharam sua análise de que “a safra agrícola faz com que o segmento de mercado influenciado por ela se mantenha inalterado, pois a safra está aí e terá que ser transportada, mas há setores, como os de mineração e de construção civil e comércio, que estão pedindo um tempo para avaliar a situação antes de confirmar novas compras”. Mercedes-Benz e Volkswagen Caminhões e Ônibus informaram que as exportações também deverão ser mantidas no mesmo volume, ao redor das 50 mil unidades.
Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, avaliou que “se a crise for realmente estrutural, demorará cerca de três a seis meses para atingir o mercado”. Ele acredita que depois de superado o período de dificuldade o mercado deverá dar novo salto, desta vez para patamar próximo ao de 250 mil unidades anuais.
Bernardo Fedalto, da Volvo, lembrou que “assim como 2008 foi o melhor ano da história da indústria brasileira de caminhões 2009 tende a ser o segundo melhor ano da história”. Ele reconheceu que devido a dificuldades de suprimento de componentes importados da matriz a produção Volvo esteve aquém do que gostaria – “mas já tomamos as providências para poder recuperar o ritmo e retomar o market share que perdemos nos últimos dois anos”.
Também houve unanimidade com relação ao ritmo de produção, com manutenção dos turnos até agora adotados e anunciados e, da mesma forma, com relação aos períodos de férias coletivas que, na maioria dos casos, serão concedidas dos feriados de natal ao ano novo.
As empresas deverão manter os planos de investimentos anunciados até agora, sem exceções, segundo seus representantes.
Da Agência Autodata