Indústria de máquinas dispara e cresce 15% até maio
Crescimento no setor briga com importações e não impede déficit na balança comercial
A produção da indústria de máquinas e equipamentos cresceu 15,9%, nos cinco primeiros meses do ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Porém, o resultado positivo não impediu o crescimento do déficit da balança comercial do setor, afirmou o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto.
“As exportações passaram de US$ 3.124,97 milhões de janeiro a maio de 2009 para US$ 3.330,83 milhões, no período de janeiro a maio de 2010, registrando um crescimento de 6,6%. Já as importações evoluíram de US$ 7.921,23 milhões para US$ 8.703,91 milhões, com crescimento de 9,9%”, detalhou o executivo.
No final de abril, o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, se reuniu Ministro da Indústria e do Comércio, Miguel Jorge, para pedir medidas que limitassem a importação de autopeças, máquinas, equipamentos e ferramentas que, em muitos casos, chegam usados ao Brasil.
Um estudo apresentado ao Ministro demonstrava que somente no setor de máquinas, 50 mil empregos estavam ameaçados.
Raquel Camargo
Para Sérgio Nobre governo deve tomar medidas para
retrair importações e estimular emprego no setor
“Com a crise, houve retração dos mercados e os países atingidos quiseram empurrar os equipamentos usados ao Brasil. Por isso, é preciso que o governo toma medidas de compromisso com o emprego aqui, e não lá fora”, explicou Sérgio Nobre.
Segundo a Abimaq, uma máquina produzida no Brasil pode ter um custo 36% maior do que uma importada, o que desestimula a produção local.
Crescimento x Importações
O crescimento de 2010 dá apenas uma falsa sensação de melhora no setor, já que a comparação é feita com o ano anterior, quando o país passava pela crise financeira.
Comparados os cinco primeiros meses de 2008 (antes da crise) e de 2010, o faturamento do setor obteve retração de 11,64%.
A previsão inicial de crescimento em 2010 segundo a Abimaq, era de 15%. Porém a pressão das importações asiáticas, tem desestimulado as previsões.
Da redação com DCI