Indústria de veículos lidera alta de estoques
O setor automotivo registrou a maior elevação de estoque em agosto numa lista de 26 segmentos avaliados na Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O aumento de veículos estocados verificado no indicador da entidade variou de 50 pontos em julho para 55,6 pontos no mês passado. O balanço geral da pesquisa aponta ligeira queda no estoque efetivo da indústria em agosto (53,6 pontos ante 53,9 em julho). Um olhar segmentado revela que 14 segmentos apresentaram queda nos estoques, enquanto 12 tiveram acréscimo de produtos parados. Além de veículos, as maiores altas dos estoques industriais no país foram registradas nas atividades moveleira (56,3 para 59,9) e de borracha (52 para 58,3).
Entre os setores em que as indústrias conseguiram diminuir o volume de produtos parados, sete reduziram o índice mais do que o planejado, como bebidas (51,7 para 46,4), couros (47,6 para 41,9) e farmacêuticos (48 para 44,4). Acompanhando a tendência do índice geral, alimentos (53,4 para 51,4), têxteis (58,4 para 57,8) e calçados (61 para 54,6) estão dentro dos sete segmentos que tiveram menos estoque do que o planejado em agosto.
Divulgado ontem, o indicador da CNI vai de 0 a 100. Quando a avaliação supera 50 pontos significa que o estoque está acima do planejado. Quando o índice está abaixo de 50, a diminuição foi mais rápida que o esperado.
Apesar da queda geral, o índice ficou abaixo da expectativa da CNI. Como em agosto a indústria se prepara para atender a demanda de consumo do fim do ano, esperava-se uma diminuição maior dos estoques, que vem se mantendo em níveis considerados elevados desde o começo de 2011. “O movimento que freou a diminuição dos estoques representou um crescimento da demanda que ficou abaixo do esperado”, afirmou o economista da CNI Marcelo Azevedo. O economista diz ainda que a previsão é que a queda do estoque se acentue no próximo mês. “Talvez o ritmo aumente um pouco”, acrescentou.
Ainda de acordo com o relatório de sondagem industrial, a produção da indústria de transformação cresceu em agosto (53 pontos ante 49 pontos em julho), mas não foi acompanhada pelo consumo. Dos 26 segmentos avaliados, apenas três apontaram diminuição no nível de produção: bebidas, que passou de 55,5 para 55,3, máquinas e equipamentos (de 51 para 50,9), e máquinas e materiais elétricos (de 51 para 46,2).
As duas atividades que registraram os maiores aumentos de produção foram a indústria plástica, cujo índice entre julho e agosto passou de 45,7 pontos para 56 pontos, e a produção de calçados (45,4 para 55,3).
O setor de veículos automotores aparece na lista da sondagem da CNI de oito segmentos industriais que reduziram o número de empregados em agosto, na comparação com o mês anterior. De acordo com o indicador, a indústria automotiva registrou 50,4 pontos, ante 51,2 pontos em julho. A atividade têxtil teve a pior redução de quadros, com pontuação variando de 50,5 para 46,1 no período.
Em 18 segmentos o número de empregados aumentou. O destaque é a indústria calçadista, que elevou o indicador em seis pontos na comparação mensal, de 49,1 para 55,1.
Do Valor Econômico