Indústria poderá vender mais serviços que automóveis
Previsão foi feita pelo presidente da Anfavea em coletiva com a imprensa da região Sul
Segundo dados colhidos pela plataforma de inteligência de mercado Similarweb, a busca pelo serviço de assinaturas de carro na internet aumentou 56,5% entre abril e maio, com 12 milhões de visitas a 156 sites de montadoras e empresas especializadas — em 2020, no mesmo período, foram 7,7 milhões. A escassez de semicondutores e o encarecimento de modelos 0km nas concessionárias pelo país foram alguns dos motivos que levaram ao aumento do interesse dos clientes.
Para Luiz Carlos Moraes, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as montadoras ofertarão cada vez mais serviços como esse, além de outros. “A conectividade dos veículos vai abrir um mar de oportunidades, pois será possível oferecer manutenção preventiva, controle de desempenho de frotas ou mesmo definição de rotas. Não sem razão as montadoras têm fechado parcerias com startups visando essas e outras formas de negócio”, contou em entrevista na tarde de terça-feira (20) com a imprensa da região Sul.
Moraes também adiantou que a entidade está finalizando um estudo sobre a perspectiva para fabricação e venda de carros elétricos e autônomos no Brasil. O objetivo é apresentar ao menos dois cenários: um mais conservador e outro que convirja para a experiência internacional. Ainda no campo da tecnologia, Moraes revelou que tem conversado com membros do governo federal para que o país seja menos dependente do mercado externo para aquisição de semicondutores.
De acordo com a indústria, um automóvel utiliza 600 semicondutores e um caminhão um pouco mais de 300. Porém, o dirigente acha muito pouco provável que o Brasil possa sediar uma indústria própria desses componentes, pois o investimento seria muito alto. Na visão de Moraes, o Brasil deveria investir nesse tipo de tecnologia, que será ainda mais determinante no futuro. “Perdemos o bonde. A pandemia nos ensinou que não podemos ficar dependentes de alguns produtos determinados e hoje, nesse ponto específico, dependemos muito dos asiáticos”, ponderou.
Do Amanhã