Indústria prevê normalização de peças até julho
A crise de abastecimento na indústria automotiva foi possivelmente mais forte no Brasil do que em outros países, mas caminha para uma normalização, até o início do segundo trimestre, dos insumos nacionais que estão em falta nas linhas de montagem. A previsão foi transmitida ontem pela direção do Sindipeças, entidade que representa os fornecedores das montadoras.
“O Brasil talvez tenha sido mais afetado do que a média no abastecimento de materiais, com a recuperação de produção mais forte do que o previsto. É natural que isso acontecesse, porque temos uma cadeia longa, diferente de um sistema em que apenas se montam as peças”, explicou Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, durante participação em seminário transmitido pela Autodata.
“Mas acreditamos que entre o fim do primeiro trimestre e o início do segundo trimestre deve haver uma normalização”, acrescentou. O executivo ponderou, no entanto, que deve persistir por mais tempo a falta de componentes eletrônicos, decorrente da escassez de chips produzidos, em maior parte, na Ásia e que concentra o maior gargalo de abastecimento das fábricas.
As montadoras vêm há meses apontando insuficiência de materiais como aço, resinas e borracha (pneus). Porém, com a falta de eletrônicos o quadro se agravou, levando a paralisações completas ou parciais mais frequentes e prolongadas nas fábricas. Apesar disso, Ioschpe mostrou confiança numa solução de curto prazo. “Exceto semicondutores, a gente está andando numa boa direção para sair dessa situação.”
Do Estado de Minas