Indústria reclama de impacto por aumento nos juros

A indústria se queixou nesta quarta-feira do novo aumento promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na taxa Selic, de 0,25 ponto percentual, para 12,50% ao ano.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) o governo “precisa adotar imediatamente medidas que amenizem os efeitos do aumento dos juros sobre a competitividade das empresas”.

“Quanto mais essas ações demorarem, maiores serão os prejuízos para o país. Por isso, a indústria espera a inclusão de medidas efetivas de desoneração tributária na nova fase da política industrial”, afirmou a confederação.

Para a entidade, com o aumento de juros, o governo intensifica o uso de instrumentos monetários no combate à inflação.

“O custo dessa política é muito alto, especialmente para a indústria, porque o aumento dos juros encarece o crédito e diminui o consumo. Além disso, com a taxa real de juros mais alta do mundo”, reclamou a CNI.

Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a decisão do Copom desta quarta-feira foi precipitada e “incompatível com o cenário macroeconômico atual e prospectivo”.

“Desde a última reunião do Copom, há 45 dias, todos os indicadores disponíveis ratificaram a desaceleração da atividade econômica e o arrefecimento da inflação, com os índices negativos ao produtor apontando para a continuidade deste movimento”, afirmou a entidade.

A Firjan declarou ainda que a política monetária tem de considerar os efeitos dos ajustes fiscais nos países europeus, “uma vez que seus efeitos depressivos sobre a atividade econômica mundial devem coincidir com os efeitos defasados do recente ciclo de alta da taxa Selic sobre a economia brasileira”.

A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) também reclamou da decisão. “O quinto aumento consecutivo da taxa de juros vai acelerar a desindustrialização e poderemos ter perdas de postos de trabalho, agravando os sérios problemas que já enfrentamos com a competitividade brasileira”, afirmou Paulo Skaf, presidente da entidade.

Do Valor Econômico