Indústria tem maior expansão trimestral desde 2003, diz IBGE

A elevação de 4,1% no terceiro trimestre deste ano, em relação ao período de abril a junho, só fica atrás da alta de 5,4% observada no quarto trimestre do primeiro ano do governo Lula

A produção industrial apresentou, de julho a setembro, a maior expansão para um trimestre desde 2003, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. A elevação de 4,1% no terceiro trimestre deste ano, em relação ao período de abril a junho, só fica atrás da alta de 5,4% observada no quarto trimestre de 2003, na mesma comparação.

O resultado, divulgado na terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ratifica a recuperação da indústria que vem sendo constatada neste ano, avaliou a Isabella Nunes, responsável pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM). Ainda assim, a produção industrial, mesmo sob impactos da crise econômica global, encontra-se em patamar semelhante ao que era verificado entre fevereiro e março de 2007.

´O balanço geral é positivo, mas a indústria ainda não recuperou completamente as perdas com a crise´, afirmou a economista.

O resultado do trimestre foi influenciado principalmente pela produção de consumo duráveis, que subiu 9,2% em relação ao segundo trimestre. O desempenho deste setor foi impulsionado pela indústria automobilística.

A produção de bens intermediários, que responde por 55% de toda a indústria, teve incremento de 3,8% no terceiro trimestre, em relação ao três meses imediatamente anteriores. Isabella Nunes destacou que os setores siderúrgico e de peças lideraram essa expansão entre os bens intermediários.

Grande destaque no mês de setembro, com alta de 5,8%, a produção de bens de capital acumulou elevação de 6,1% no terceiro trimestre. Na comparação com o trimestre anterior, foi a primeira alta desse setor desde o terceiro trimestre de 2008. Há seis meses em alta, essa produção cresceu bem acima da média que vinha sendo observada. De abril a agosto, aumentava, em média, 1,8% a cada mês.

´O setor de bens de capital demora mais a responder, mas já vinha há seis meses em alta. Em setembro, esse crescimento foi intensificado, possivelmente pelos estímulos do governo, via BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]´, comentou Isabella.

Do IBGE